X
X

Buscar

Carlito Clavijo é personagem do Anônimos desta quarta-feira, 12, no MDD

Dono do Cicle Carlito e de boas histórias que narram o ciclismo de Brusque há quase três décadas

Era aniversário de Brusque, 4 de agosto, quando Carlito e Luci chegaram à cidade para iniciar uma história dedicada ao ciclismo brusquense que se estende até os dias atuais. O início dessa relação, no entanto, ocorreu em uma das competições de ciclismo pelas Américas, quando um blumenauense disse a Carlito que a sua cidade precisava de alguém como ele para trabalhar pelo esporte.
Ele botou fé no convite do brasileiro e, recém-casado com Luci, deu a notícia à mulher.
-Vamos para o Brasil!
Luci largou o emprego no governo, que havia iniciado há poucos meses. Se despediram de toda família na pequena Santa Lucía, embarcaram no ônibus e foram até Blumenau. Mas, agosto de 1983 foi tempo de devastação na cidade vizinha. Quando chegaram ao Vale do Itajaí ouviram que seria melhor voltar ao Uruguai.
Carlito não voltou. Antes foi a uma competição em São Paulo. Lá, encontrou um brusquense que o chamou para trabalhar com o ciclismo que começava na cidade. A Schlösser pagava o salário e a Prefeitura dava alimentação e alojamento.
A escolinha engrenou. Carlito e Luci conseguiram uma casa. Vieram os filhos, Alexandre e Valquíria. E, com a ajuda de amigos, no sopé do morro da Sociedade Esportiva Bandeirante, nasceu há 27 anos a Cicle Carlito. A loja virou ponto de encontro de quem pedala a sério por essa Brusque.
Crédito: Sarita Gianesini

Debaixo do balcão rodeado de quadros, aros, correias, rodas, pneus e tudo mais que pode haver em uma bicicleta, Carlito puxa um envelope. Gordo de jornais antigos guardados e fotografias. Na capa do standart, a foto estourada em meia página.  

-Aqui, olha a data: 1978.
Na foto, jovens em close. O sorriso de quem é feliz por conquistar um título por pedalar mais rápido, mais longe. Carlito sempre trabalhou com isso. Também competiu, mas foi mais ligado a parte de ser dirigente.
No álbum grande, capa marrom, mais fotos e recortes de jornais: ciclismo puro. Só que competições em duas rodas por aqui. Ou com atletas daqui. Só que Carlito não mostra as imagens só por lembrar de uma época. Vai olhando e à medida que as lembranças vêm, a lágrima vai fazendo os olhos brilharem.
Talvez para compreender direito “como e porquê o ciclismo é tão apaixonante” seja preciso pedalar. Ciclismo é esporte que depende apenas do esforço do próprio atleta. É movimento que seu Carlito tenta explicar citando Lance Armstrong, ciclista que conquistou nada menos que quatro Tour de France: “Até o limite do esforço, somos pessoas normais. Depois, somos ciclistas”.

**Na edição de quarta-feira, 13 de junho, conheça mais detalhes da história de vida de Carlos Emilio Clavijo, 54 anos – comerciante.