Presidente do Renaux responde a críticas sobre gramado do Augusto Bauer: “treinamos quatro vezes no ano”
Taico nega que clube treine no Gigantinho com a frequência alegada pelo vice-presidente do Brusque
O presidente do Carlos Renaux, Altair Heck, o Taico, nega que haja responsabilidade do clube sobre o gramado do estádio Augusto Bauer e que o tricolor realize, com frequência, treinos no campo. As declarações são respostas às críticas que o vice-presidente do Brusque, Carlos Beuting, fez, em entrevista à Rádio Cidade na noite desta segunda-feira, 2.
Taico reforça que a responsabilidade de manutenção do gramado é do Brusque, conforme consta no contrato de aluguel das duas equipes. E também responde Beuting sobre a quantidade de treinamentos do time profissional do Renaux realizados sobre o campo de jogo.
“Fizemos quatro jogos no estádio neste ano. Treinamos quatro vezes no ano, com os coletivos aprontos [treinos de 11 contra 11] antes dos jogos. Oito vezes a gente usou o campo. Sendo que num dia foi uma atividade menor, uma brincadeira. Nós destruímos o campo?”, responde.
Atualmente, o Carlos Renaux realiza sessões de treinamento no chamado campo do Moacir Dognini, no bairro Limoeiro. Também faz trabalhos na Premier Arena Soccer e no Bandeirante.
Taico reprova veementemente as queixas do vice-presidente quadricolor. Afirma ainda que os valores revelados por Beuting estavam sob proteção de uma cláusula de confidencialidade.
O dirigente tricolor também explica que há um funcionário do Renaux que realiza os trabalhos de manutenção do gramado. De acordo com Taico, o Brusque não havia encontrado outra pessoa para realizar o serviço, e o Carlos Renaux passou a “liberar” seu profissional, com salário sendo pago pelos dois clubes. “É uma fatalidade. Ali na área, foi plantada uma grama nova. No inverno, ela não vem. Não adianta.”
À Rádio Cidade, Beuting afirmou que o quadricolor é mesmo o responsável pela manutenção do campo. Contudo, culpa o Carlos Renaux pelo mau estado em algumas partes do gramado por conta de um excesso de treinamentos. Ele relata que, em fevereiro, a Confederação Brasileira de Futebol fez uma notificação para que os clubes não treinassem no Augusto Bauer.
O presidente do Brusque, Danilo Rezini, evita apontar culpados. Para ele, a causa do estado do gramado é o compartilhamento entre Brusque e Carlos Renaux, que, desde o final de maio, disputam Séries B do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Catarinense.
“Fato é que precisamos de um campo e de um estádio”, afirmou a O Município na tarde desta terça-feira, 2, antes de relembrar os investimentos feitos no Augusto Bauer para melhorias internas e externas.
Desde a troca de gramado em 2019-20, o dirigente estima que foram aplicados cerca de R$ 3 milhões no campo de jogo e na infraestrutura geral. A maior parte foi da Havan, patrocinadora master do Brusque, mas houve parcelas da Prefeitura de Brusque (retirada de gramado antigo) e do próprio clube.
“Fizemos o replantio de grama [em 2022]. Compramos 20 sacas de sementes, cerca de R$ 60 mil. Esta época não é propícia. Estamos cuidando do gramado pelas necessidades, tanto nossas para um bom futebol quanto pelas exigências da CBF. Mas, para se manter em uma em condição boa, o campo deve ser utilizado só em dias de jogos ou para um treino no dia anterior ao jogo”, comenta.
Os atritos entre os dois clubes voltaram à tona após o chefe de novos negócios da Havan, Lucas Hang, responsabilizar o Renaux pelo estado do gramado. O mau estado em uma marca penal comprometeu cobrança de pênalti de Gabriel Taliari contra o Cruzeiro, neste sábado, 30. Nos últimos instantes do jogo, o meia escorregou e acabou tocando na bola duas vezes. O árbitro de vídeo anulou o gol marcado e a partida terminou em 0 a 0.