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Carlos Renaux prepara retorno em grande estilo ao futebol profissional

Vovô entra em contagem regressiva para jogo de abertura da Série C do Campeonato Catarinense

O Clube Atlético Carlos Renaux inicia uma contagem regressiva para 1º de setembro de 2018, dia que já é histórico. No estádio Augusto Bauer, depois de 12 anos, o Vovô do futebol catarinense retorna ao futebol profissional buscando o título da terceira divisão estadual. O adversário é o Porto, de Porto União, no jogo de abertura da Série C do Campeonato Catarinense.

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A última vez que o Carlos Renaux entrou em campo como time profissional de futebol foi em 2006, na terceira divisão do Catarinense, a então chamada Divisão de Acesso. Sob o seu nome original, Brusquense, seu último jogo foi nas quartas de final da segunda fase da competição: em 15 de outubro de 2006, o Vovô era derrotado pelo Inter de Lages por 3 a 0 fora de casa. No jogo de ida, o último como mandante, o placar havia sido 1 a 1.

O Vovô também havia disputado a terceira divisão em 2004, sob o nome Carlos Renaux. Antes disso, a última partida profissional foi uma derrota em 5 de agosto de 1984, para o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli, por 2 a 0, pelo Campeonato Catarinense. Um dia depois, a infame enchente assolou Brusque, forçando o licenciamento do Carlos Renaux.

Conforme relata Eduardo Loos, torcedor e entusiasta da história do clube, a partir de então, o Vovô buscou uma reestruturação. Um ano após a enchente, as categorias de base já haviam voltado a funcionar, e as equipes já participavam de diversos torneios. “Em 1987, o clube já estava com uma base pronta para uma futura equipe profissional, mas em outubro daquele ano, ocorreu a polêmica fusão com o Paysandú.” A fusão gerou o Brusque Futebol Clube.

Em 1997, Carlos Renaux e Paysandú formalizaram o fim da fusão, o que não causou a extinção do Brusque. Os patrimônios dos clubes foram disputados na Justiça até 2003, quando conseguiram recuperar seus bens. “Em 2006, o empresário que geria o clube o deixou cheio de dívidas e desapareceu, e passou pleno uso do estádio Augusto Bauer para o Brusque. O patrimônio foi perdido mais uma vez, e retomado em 2013, de forma definitiva”, conta Loos.

O ano de 2013 foi o ano do centenário do Carlos Renaux. Reformas no estádio, programação extensa de eventos, lançamentos de camisa, selo e livro e até troféu comemorativo marcaram as celebrações do clube histórico. Foi realizado também um jogo entre a seleção catarinense, vestindo o uniforme do Vovô, que enfrentou a seleção brasileira sub-21. Foi a primeira vez que Brusque havia recebido uma seleção brasileira de futebol. No mesmo ano, a escola de futebol do clube foi reativada.

O centenário marcou um ciclo de real renovação e recuperação para o Carlos Renaux. Melhorou as finanças, participou de campeonatos amadores e de diversas categorias de base, conquistou títulos. O caminho foi se abrindo para que em 2018 o Vovô renascesse, buscando o protagonismo que possuiu no passado.

Resgatando o torcedor
No total, 11 jogos separam o Vovô da segunda divisão. O clube tem apostado em uma boa campanha no torneio e no sorteio de ingressos e camisetas para, aos poucos, resgatar o torcedor, que foi obrigado a deixar o time de lado com o fim das atividades no circuito profissional. Camisetas oficiais do clube são vendidas a R$ 70 na secretaria do clube, no estádio Augusto Bauer, em horário comercial e na loja Calçados Gevaerd.

“Sabemos que é difícil, o torcedor é 99% Brusque, até porque o Carlos Renaux ficou parado por muito tempo. Mas pretendemos fazer uma boa campanha na Série C, estamos dando oportunidade para os meninos da base, alguns são de Brusque mesmo. É um diferencial, voltado ao bom futebol, sem visar medalhões”, declara o diretor de futebol, Juliano Batista.

Time
O elenco é formado por 25 jogadores, sendo três goleiros e dois atletas por posição de linha. É preciso respeitar as normas específicas de escalação na competição: apenas cinco atletas acima dos 23 anos podem integrar o plantel.

“A regra torna o time um pouco mais barato, mas pela falta de experiência, pode ser que o nível geral da competição caia um pouco. Para nós, foi interessante, porque nossos juniores estão muito fortes, o nosso time sai na frente por isso.”

Batista reforça a ideia de que o clube entra como candidato ao título, algo que deverá ser provado a cada partida. “Futebol é resultado. Estamos montando um time forte, realmente para subir. Quem vir assistir aos jogos verá que o time tem condições de brigar pelo título. Isto vai motivar o torcedor a torcer do início ao fim da competição.”

Projeto e Brusque
Voltando a coexistir no futebol profissional com o Brusque, a ideia do Carlos Renaux não é adquirir uma rivalidade. “Não tem como o Carlos Renaux ser rival do Brusque porque eles estão na Série A, são time grande. E nós estamos começando agora. Nem vamos nos enfrentar em um futuro próximo. O foco do Carlos Renaux é a Série C”, explica.

Batista destaca ainda que o objetivo a curto prazo é o acesso à Série B de 2019, mas a elite do futebol catarinense não deve ser almejada já para 2020. O objetivo, caso o acesso e o título sejam conquistados, é formar um time que consiga a manutenção na segunda divisão estadual. A prioridade é a revelação de jogadores nas categorias de base. “Não adianta subirmos porque hoje não temos condições de subir e disputar uma Série A.”

Ingressos
Carlos Renaux e Porto se enfrentam neste sábado, 1º, às 15h no estádio Augusto Bauer. Os ingressos custam R$ 10 para qualquer setor do estádio. As vendas começaram nesta segunda-feira, 27, na própria secretaria do clube e também na Calçados Gevaerd.

O campeonato
A Série C do Campeonato Catarinense de 2018 possui oito clubes de oito municípios diferentes, divididos entre dois grupos. O grupo A é formado por Curitibanos, Itajaí, Orleans e Próspera, de Criciúma. O grupo B vem com Carlos Renaux, Caçador, Jaraguá e Porto.

As quatro equipes de cada grupo jogam entre si em turno e returno. Equipes de grupos diferentes não se enfrentam. O primeiro e o segundo colocado de cada grupo passam às semifinais e disputam o mata-mata em jogos de ida e volta. Caso o placar agregado termine empatado no jogo de volta, o clube visitante deverá vencer uma prorrogação de 30 minutos. A final também é disputada em dois jogos. Apenas o campeão sobe para a Série B de 2019.

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Adversários

Porto
Fundado em 1999, o clube do norte do Estado esteve um bom período fora do circuito profissional até retornar em 2008, quando conquistou o título da terceira divisão catarinense — então chamada de Divisão de Acesso. Em 2009, ficou em 3º lugar da segundona, deixando escapar a vaga para a elite no quadrangular final.

O clube mandava seus jogos em União da Vitória (PR), mas a Federação Catarinense de Futebol (FCF) barrou a opção. Nesta temporada, o Porto mandará seus jogos em Porto União mesmo, no chamado Módulo Esportivo.

Caçador
O Tricolor do Contestado foi fundado em 25 de junho de 2003 e tem como principal conquista o título da terceirona estadual de 2012, quando bateu o Jaraguá. Uma de suas principais contratações é o atacante Kariri, de 30 anos, que já passou por Paysandu (PA), Vila Nova (GO), Icasa (CE), Confiança (SE) e pelo futebol mexicano.

Jaraguá
O Sport Clube Jaraguá completa 10 anos de vida em 2018 e vem rebaixado da Série B. Os Leões do Vale começaram no futebol para gerenciar a escolinha do Botafogo Futebol Clube. Passaram alguns anos de estruturação até disputarem a primeira competição oficial: a terceira divisão catarinense — então chamada de Divisão de Acesso — de 2011, da qual o time foi vice-campeão.