Carlos Renaux revela proposta feita ao Brusque para uso do estádio e projeta futuro sem acordo

Brusque não prossegue com negociação por conta de exigência de capacidade mínima na Série B

Carlos Renaux revela proposta feita ao Brusque para uso do estádio e projeta futuro sem acordo

Brusque não prossegue com negociação por conta de exigência de capacidade mínima na Série B

Sem acordo com o Brusque para o aluguel do estádio Augusto Bauer após a reforma que está em andamento, o Carlos Renaux revelou oficialmente, nesta quarta-feira, 1º, os detalhes da proposta apresentada no dia anterior. Durante coletiva de imprensa, o presidente Altair Heck e o proprietário da BHM Têxtil e sócio da KRCON Empreendimentos, Alex Buschirolli, lamentaram o fato de os clubes não chegarem a um entendimento. O Brusque não respondeu à proposta, sob a justificativa de que o estádio não atenderá a exigência mínima de capacidade para a Série B: 6 mil torcedores sentados.

Buschirolli relembra que outras propostas foram apresentadas e recusadas pelo Brusque ainda em 2022. Há cerca de 40 dias, Taico procurou o quadricolor para negociar, mas nunca houve contraproposta.

“O campo precisa começar a ser mexido na próxima semana. O pessoal da Soccer Grass [empresa contratada para instalação do gramado sintético] já vai estar aqui. A empresa exige, por padrão, acompanhar a obra”, explica o empresário, dono da patrocinadora máster do clube.

Os trabalhos de preparação da base sobre a qual será instalado o gramado serão arcados pelo próprio Carlos Renaux. A ideia principal era a Prefeitura de Brusque realizar esta obra por meio de um convênio, no qual teria, em troca, 200h à disposição para utilizar com realização de eventos, por exemplo. Contudo, o Executivo Municipal colocou como condição central para fazer o serviço o interesse do Brusque em jogar no Augusto Bauer. Algo que, hoje, nas atuais condições, não existe.

“Queremos que fiquem juntos Carlos Renaux, Brusque, Prefeitura e o município. Quem vai perder são todos da cidade, e até da região”, comenta Taico, que afirma que o Renaux não está fechado a conversas com o quadricolor.

Capacidade

Atualmente, o Augusto Bauer tem capacidade atual para 5 mil pessoas: 1,5 mil na coberta, 1 mil na descoberta e 2,5 mil em pé, na geral, ao nível do campo.

Com as reformas, haverá disponível para a geral o espaço no lado oposto ao da atual arquibancada coberta. Desta forma, a geral teria capacidade de 3,2 mil, totalizando 5,7 mil lugares, entre em pé e sentados, sem obras de ampliação.

Buschirolli explica que, caso o Brusque tivesse manifestado interesse em jogar no Augusto Bauer, o Carlos Renaux poderia expandir a atual arquibancada descoberta, que receberá uma cobertura até dezembro. Nesta ampliação, orçada em R$ 350 mil, o setor teria 1,5 mil lugares a mais. O estádio chegaria a uma capacidade de 4 mil pessoas sentadas. Sem o interesse do Brusque, o Renaux utilizará os recursos para fazer a base do gramado sintético.

Com possibilidade de instalação de arquibancada metálica no novo espaço da geral, na tentativa de completar 6 mil lugares sentados. Este serviço precisaria ser responsabilidade do Brusque.

Atualmente, a CBF exige que os estádios da Série B comportem 6 mil torcedores sentados. A entidade tem aberto exceções ao Brusque nos últimos anos, desde as quartas de final da Série D de 2019. O Augusto Bauer foi a casa do quadricolor por toda a Série C de 2023 mesmo não atendendo ao requisito mínimo de capacidade no regulamento: 4 mil torcedores sentados.

Contudo, caso a CBF siga o regulamento à risca, qualquer negociação entre Brusque e Carlos Renaux ficaria dificultada ou inviabilizada pela questão da capacidade.

Última temporada

Em 2023, o Brusque pagava, de aluguel, R$ 35 mil por utilização de campo em dias de jogos, vestiários à disposição no dia a dia e determinadas dependências, como sala de imprensa. Inclui contas de água e energia elétrica.

Proposta apresentada

R$ 50 mil mensais para utilização do campo em dias de jogo e vestiários no dia a dia, incluindo contas de água e energia elétrica, estrutura reformada e dois camarotes do centro comercial à disposição.

– Contrato de até três anos, sem aumento de valores.

– Redução de valores em caso de rebaixamento à Série C.

Adicionais separados

Os seguintes itens poderiam ser escolhidos pelo Brusque, com valores sendo somados à proposta-base citada acima.

R$ 25 mil mensais (opcional): gestão de serviço de bar e restaurante em dias de jogos. Alex Buschirolli relata que, por jogo, o rendimento ao Renaux tem sido de R$ 10 mil a R$ 15 mil por jogo.

R$ 20 mil mensais: cobrir ou explorar placas de publicidade do estádio. Há 20 espaços publicitários em placas. Em 2023, cada uma foi comercializada por R$ 2 mil mês.

R$ 5 mil mensais (opcional): 2h diárias (das 7h30 às 9h30 ou das 15h30 às 17h30, à escolha), seis dias por semana, para treinamentos no campo.

R$ 5 mil mensais por cada camarote adicional (opcional).

– Construção de um vestiário de 100 metros quadrados, exclusivo para o Brusque, com utilização para dias de treino e jogos, com possibilidade de utilizar o vestiário do Carlos Renaux em dias de jogos.

Valor total mínimo: R$ 70 mil (R$ 50 mil mais R$ 20 mil para questão das placas)

Valor total máximo: R$ 110 mil

Futuro

Sem perspectivas de acordo, o Brusque jogará fora de sua cidade por tempo indeterminado. O quadricolor busca a construção de um estádio próprio, mas ainda sem anúncios oficiais de projetos, planos ou captação de recursos.

A princípio, para a disputa da Série B de 2024, a ideia principal da diretoria é de que o Brusque seja mandante no estádio do Barra, que está em construção e deve ser concluído em abril. Contudo, consta no site oficial do clube de Balneário Camboriú é de que a capacidade prevista seja para até 5 mil pessoas. Outras opções são estudadas, como o estádio Dr. Hercílio Luz, o Gigantão das Avenidas, em Itajaí.

O Carlos Renaux segue adiante sem a receita originada pelo acordo de aluguel com o Brusque. O tricolor, que disputa a Série B do Campeonato Catarinense, tentará realizar eventos no estádio e tem a possibilidade de aluguel a outros clubes da região. A reforma deve ser concluída a tempo do Catarinense Série B.

“O Brusque não estar ali não impede este projeto de continuar”, afirma Alex Buschirolli. “O estádio tem um potencial independente do Brusque e, com as salas comerciais que ficaram com o Renaux, será possível gerar uma receita mensal de R$ 100 mil. Precisa de trabalho, evento, mas há possibilidade com a qual o Renaux pode trabalhar.”


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