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Carta aberta a uma conhecida rede de junk food

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  • 07/10/2016
  • 16:30

Prezada empresa de fast-food. Não é de hoje que percebe-se o sobrepeso crescente na população. Como estudante do ensino médio, me preocupa quando estudos publicados no mês de junho desse ano pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indicam que, nos Estados Unidos, onde a presença da sua rede alimentícia é maior (o único lugar onde você pode estar a 160 km de uma de suas franquias é um deserto na fronteira entre o Oregon e Nevada), essa característica é encontrada em 40% das mulheres, 35% dos homens e 17% das crianças e adolescentes. Deveríamos concordar que medidas deveriam ser tomadas, já que seus produtos contribuem para essa realidade e também para outros problemas de saúde cada vez mais frequentes e ocorrendo cada vez mais cedo.

No Brasil, 52,5% da população tem sobrepeso, segundo a pesquisa Vigitel. As pesquisas também revelaram que em 2013 e 2014 mais de 5% dos homens e quase 10% das mulheres eram obesos mórbidos nos Estados Unidos. A obesidade mórbida afetava, ainda, 5,8% das crianças. Os estudos também constataram que, embora tenha diminuído entre as crianças de entre dois e cinco anos nos últimos 25 anos, a obesidade aumentou entre os adolescentes. Sendo a obesidade associada a problemas cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, como será o desenvolvimento desta sociedade composta doentes?

Como acreditar que seus pratos são saudáveis se você lançou uma salada Caesar mais gordurosa que um hambúrguer com fritas? O Daily Mail noticiou que, “com os temperos e os croutons, a salada contém 425 calorias e 21,4g de gordura, comparada com as 253 calorias e 7,7g de gordura de um hambúrguer comum”. Adicionando uma porção de fritas a seu hambúrguer, as calorias somam 459 –ainda assim com menos gordura do que a salada (16,7g).

Quando escreveram os pesquisadores que “indústrias de alimentos e restaurantes são, em parte, responsáveis por colocar comida nas mesas de jantar” concordo, cito mais “talvez seja o momento para uma abordagem totalmente diferente” e acrescento: sabendo que manter hábitos alimentares saudáveis demanda muito mais força de vontade, condições financeiras e tempo do que simplesmente pedir um lanche de 6 reais no balcão e comer, precisamos de políticas em prol da saúde nas empresas de junk food, que tanto visam o lucro, oferecendo no balcão um prato saudável.

Atenciosamente, estudante adolescente

 

Bruna Krutzsch Volpi – 16 anos – Química 4, IFSC