Casais de Brusque ajudam a arrecadar dinheiro para construir capela no Cedro Alto

Inaugurada em 12 de outubro de 2014, a igreja apenas está de pé graças à ação voluntária de cinco casais

Casais de Brusque ajudam a arrecadar dinheiro para construir capela no Cedro Alto

Inaugurada em 12 de outubro de 2014, a igreja apenas está de pé graças à ação voluntária de cinco casais

Quem percorre, pela primeira vez, a rua David Hort em direção ao interior do bairro Cedro Alto percebe que a área é formada, sobretudo, por morros e por vasta paisagem verde. O clima rural apenas é suspenso quando, conforme o visitante avança pela estrada, uma imponente cúpula azul emerge por entre as árvores.

A cúpula, avaliada em cerca de R$ 100 mil, é uma das partes mais importantes da estrutura da Capela Nossa Senhora Aparecida. Inaugurada em 12 de outubro de 2014, a capela apenas está de pé graças à ação voluntária de cinco casais: Araci e Américo Pedrotti, Rosilene e Vanderlei Ferreira, Maria e Salmir Marques, Vera Lúcia e João José Bittencourt e Maria e Pedro Roden.

Eles foram os responsáveis por arrecadar dinheiro, materiais de construção e móveis para construir e formar o templo. Atualmente funcionária da secretaria da capela, Araci, de 51 anos, percorre o interior do local com a sensação de dever cumprido. O orgulho, estampado no olhar da funcionária, reflete em cada um dos cerca de 110 mil tijolos que formam a estrutura principal da capela.

“É maravilhoso olhar para isso tudo e ver que eu ajudei a fazer com que a capela fosse construída. Às vezes eu sento no banco e fico olhando para tudo e nem acredito que fiz parte disso. No início passamos bastante trabalho. Passávamos de casa em casa aqui no Cedro Alto para arrecadar dinheiro da comunidade”, conta.

A pedra fundamental da construção foi lançada em 12 de outubro de 2003. O lançamento, que indica o início da obra, foi um marco para a história do catolicismo no bairro. Antes do ato, outras três tentativas de construir um templo haviam falhado.

Araci conta que a obra começou a ganhar vida quando Vanderlei Ferreira conversou com os outros casais durante uma das celebrações religiosas que, naquela época – cerca de 14 anos atrás -, ocorriam na Escola de Ensino Fundamental Cedro Alto.

“Há mais de 20 anos a comunidade ansiava por uma igreja. Fazia falta. Enquanto não tínhamos, o padre vinha fazer as celebrações na escola. E em uma dessas celebrações, o Vanderlei perguntou o que achávamos de tentar fazer algo para construir a igreja, de mexer os pauzinhos e começar a arrecadar. Então nós topamos”, explica Araci.

O primeiro passo do grupo de casais foi adquirir um terreno. Posteriormente, iniciaram a construção do galpão. Com o galpão, o grupo organizou uma festa de quatro dias para ampliar a arrecadação. A comemoração, que ocorreu em maio, foi voltada à Santa Rita, que atualmente é co-padroeira da capela.

Além da elaboração das festas, os casais também organizaram campanhas de arrecadação, como a campanha de materiais em que, durante o período de duração, todo o valor recebido era utilizado para a compra de tijolos.

Segundo Araci, a comunidade foi peça fundamental para a construção da igreja. Ela diz que praticamente todos os moradores do bairro se engajaram na iniciativa e auxiliaram os voluntários do início ao fim da obra.

Homenagem

Para homenagear os moradores, alguns móveis receberam etiquetas com o nome da família doadora. Os bancos da igreja – avaliados em R$ 800 cada -, por exemplo, são alguns dos itens que mantêm a placa dos doadores estampada na parte superior.

“Quando a igreja começou a funcionar, eles iam até os bancos para ver as plaquinhas, muito orgulhosos”, diz. “Eles sempre nos ajudaram. E o trabalho voluntário não acontece se não tem a resposta da comunidade”, completa.

Assim como Araci, o padre Timóteo José Steinbach – pároco da paróquia Santa Catarina, a qual a capela pertence -, exalta o apoio da comunidade na construção da igreja. Ele também elogia a coragem dos casais que iniciaram as arrecadações.

“Eu sempre digo para eles que eu admiro a coragem deles em iniciar esse projeto. E eles conseguiram fazer uma obra grande em tão pouco tempo. Foi uma equipe que trabalhou muito. E é um bom patrimônio que estará sempre lá”, diz.

Avaliada em cerca de R$ 1,1 milhão – com o terreno e com o salão de festas -, a igreja ainda não está totalmente concluída. Ainda resta a colocação de piso e de forro. De acordo com Araci, atualmente, 317 famílias contribuem com o dízimo.

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