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Casal brusquense que viaja pelas Américas de motorhome inicia percurso na América Central

Léo e Fabi Valle percorreram América do Sul em um ano e têm o objetivo de chegar até o Alasca

Os brusquenses Leonardo e Fabíola Valle, que iniciaram em 2021 uma aventura pela América do Sul de motorhome, vão para a próxima fase de sua expedição, na América Central. O veículo, que também é a casa deles, já chegou ao Panamá, de onde eles seguem viagem até o Alasca, nos Estados Unidos.

“Essa tem sido uma experiência muito gratificante de muito aprendizado e muita transformação. Foi um capítulo muito especial da nossa história onde tivemos oportunidade de conhecer lugares incríveis, cruzar o caminho com pessoas especiais e ter cada vez mais certeza de que a escolha que fizemos de viver viajando foi acertada, mesmo que não tenha sido fácil”, resume Fabi.

No início de 2020, Leo e Fabi deixaram o emprego e vida em Brusque para dar a volta ao mundo. O casal havia planejado uma viagem de dois anos e meio, que foi interrompida no início do terceiro mês por conta da pandemia da Covid-19. Eles estavam na Ásia e acabaram voltando ao Brasil. Depois disso, mudaram os planos e começaram montar o motorhome para fazer a viagem dentro do continente americano.

Experiência na América do Sul

O casal ficou exatamente um ano percorrendo a América do Sul. A previsão inicial era de até dez meses, mas por causa de alterações de rotas e prazos, eles acabaram passando um pouco mais de tempo percorrendo nossos países vizinhos. “Essa é uma das grandes vantagens de viajar de motorhome”.

Com o objetivo de cruzar a rodovia pan-americana de ponta a ponta, Leo e Fabi saíram de Santa Catarina, cruzaram o Uruguai até chegar à Argentina e descer o Ushuaia. A partir daí, passaram por Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, onde finalizaram a primeira parte da expedição.

Brusquenses passaram por paisagens exuberantes | Foto: Arquivo pessoal

Ainda no início da viagem, eles tiveram um problema na embreagem do motorhome, que os deixou um pouco receosos, mas, depois de um tempo, eles recuperam a confiança e não enfrentaram nenhum grande perrengue até o fim dessa perna da expedição.

“Tivemos que ser guinchados até a oficina, e esse foi um momento que nos fez inclusive repensar o nosso projeto. Ali tivemos um prejuízo grande e nós também passamos algumas noites com o veículo na oficina. Como o veículo é também a nossa casa então isso acaba criando várias complicações. Desde então não tivemos qualquer outro problema e assim esperamos que continue até o final dessa nossa expedição até o Alasca”, conta.

Leo e Fabi durante passagem pelo Uruguai | Foto: Arquivo pessoal

Durante esse ano, Fabi relata que o sentimento é de evolução, aprendizado e transformação. Além disso, o carinho e a troca de experiências com os moradores dos países sul-americanos têm sido recompensador e marcante para o casal.

“Uma das melhores coisas de viajar, principalmente de motorhome, é que a gente tem um contato mais próximo com as pessoas. É poder conhecer as histórias e conversar com pessoas locais principalmente em lugares um pouco mais remotos e em cidades menores, onde as realidades são muito diferentes. Uma constante que a gente percebe é o quanto ser brasileiro facilita as coisas, porque não teve um país que a gente passou que as pessoas não gostassem muito de brasileiros, sempre puxam conversa e se empolgam quando falamos que somos do Brasil”.

“Um momento muito especial e marcante da viagem para nós foram os dias que nós passamos em pequenas cidades da Bolívia, que são como vilarejos. Em uma dessas cidades, uma senhora quando viu a gente estacionado na calçada próximo de uma praça veio conversar com a gente só pra perguntar o nosso nome e perguntar como estávamos. E quando nós perguntamos como ela estava, nos disse que estava mais feliz só de ter encontrado com a gente ali, que isso já tinha sido alegria do dia dela. Poder entender um pouco mais da história, as dores, as dificuldades e as alegrias das pessoas desses lugares é realmente muito especial”, conta.

Na Bolívia, casal encontrou uma senhora que os marcou pela simpatia e carinho | Foto: Arquivo pessoal

Próxima parada: Panamá

Leo e Fabi viveram recentemente uma das fases mais delicadas que os aventureiros que decidem tomar essa rota enfrentam: o deslocamento do motorhome da América do Sul para a América Central.

Esse costuma ser o maior medo e também um divisor de águas em quem decide fazer uma expedição pelas Américas. Despachar um veículo é algo extremamente burocrático, demorado e também muito custoso. “Desde o planejamento da nossa viagem, a gente já sabia que esse momento seria o mais complicado e na prática não foi diferente da nossa expectativa”, admite.

Como o carro dos brusquenses não cabe dentro de um contêiner, eles precisaram despachar na modalidade “Ro Ro”, onde as pessoas do porto e do navio ficam com a chave do veículo, dirigem ele para dentro do navio e depois para fora. “A gente acaba deixando o carro de certa forma vulnerável e existem vários casos de furtos nesse transporte, então ter que fazer o envio dessa forma acaba criando uma camada a mais de preocupação e ansiedade”.

Motorhome se tornou a casa do casal | Foto: Arquivo pessoal

O casal foi para o Panamá de avião e, nesta terça-feira, 8, celebraram a chegada da sua “casa” para seguir viagem. “Agora, a gente começa a segunda etapa que é cruzar pela América Central e depois pela América do Norte para chegar até o Alasca. A nossa expectativa é que a gente faça esse trajeto mais um ano aproximadamente. Os próximos países que nós teremos pela frente são bem diferentes da América do Sul, é uma cultura diferente, são países não tão turísticos, e por isso estamos ansiosos para conhecer, sem saber muito o que esperar”.

Trabalho e viagem

Desde que começaram a viagem, o casal sabia que era um projeto de vida e não uma viagem de férias ou um período sabático. Por isso, desde o início, estão trabalhando de forma remota.

Ao longo do caminho, porém, o trabalho deles foi se transformando. Hoje, eles trabalham com produção de conteúdo para as redes sociais, para marcas e empresas parceiras e também com o desenvolvimento de produtos digitais

“A gente tem flexibilidade no nosso horário de trabalho, o que pode ser muito bom e pode ser muito ruim, já que tem períodos que a gente trabalha de segunda a segunda sem dia de folga 10h a 12h por dia e períodos que nós conseguimos nos organizar para passear 2 dias na semana. Vamos equilibrando a rotina de trabalho, a vida cotidiana e a viagem”.

Atualmente, casal trabalha produzindo conteúdo sobre a viagem | Foto: Reprodução

O grande desafio é equilibrar a vida cotidiana, a rotina de trabalho, a viagem e a vida de casal, conta Fabi. Ela percebe, porém, que estão construindo algo juntos que reflete os seus valores, quando recebemos o feedback de clientes e do público.

“Começamos a compartilhar pelo Instagram a nossa jornada de volta ao mundo em 2020, antes da pandemia. Depois, quando nós compramos a van e começamos a construir nosso motorhome, compartilhamos todo processo no YouTube e então passamos a compartilhar também os nossos vídeos de viagem começando pela viagem teste que fizemos em Santa Catarina até essa nossa expedição pelas Américas. Temos um sentimento de comunidade com as pessoas que acompanham a nossa trajetória, as pessoas torcem por nós, se alegram junto, ficam tristes quando nós temos problemas e agora que nós estamos deixando América do Sul e começando a viagem pela América Central as pessoas estão ansiosas e empolgadas junto com a gente. O que é muito especial”.

Desde o início, o objetivo deles é inspirar pessoas a saírem do lugar comum e buscar realizar seus sonhos. “Todos os dias recebemos depoimentos e mensagens que nos mostram que estamos cumprindo esse objetivo e isso é o que nos faz querer continuar compartilhando cada vez mais”.

Acompanhe Leo e Fabi nas redes sociais

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