Casal transforma terreno baldio em horta comunitária, em São João Batista
Celmo Azevedo e a esposa Osvaldina dedicam o tempo livre no plantio de verduras, legumes e temperos
Celmo Azevedo e a esposa Osvaldina dedicam o tempo livre no plantio de verduras, legumes e temperos
O casal Domingos Celmo Azevedo, 66 anos, e Osvaldina Azevedo, 65, transformou um terreno baldio, no Centro de São João Batista, em uma horta comunitária. No local, as verduras e legumes plantados são distribuídos para toda a vizinhança, que passou a trocar o mercado pelo espaço localizado na rua Getúlio Vargas.
Em fevereiro do ano passado Celmo, como é mais conhecido, conversou com a proprietária do terreno, Edésia Cunha, e recebeu autorização para iniciar a horta. Desde então, o casal planta no local diversos tipos de alimentos, como quiabo, abóbora, feijão de vagem, alface, beterraba, berinjela, espinafre, pimentão, cebolinha, salsinha, físalis, entre outros.
Nos primeiros meses do ano, a horta ficou parada, devido ao uso do terreno por outra pessoa, e também por ser um período muito quente para o plantio. Entretanto, Celmo já se programa para retomar o preparo da terra e semear novas mudas.
“Quando começamos a plantar, compramos algumas sementes e um pouco de mudas já tínhamos em casa. Mas quando começamos a mexer, as pessoas que passavam, começaram a se envolver e ajudar com doações”, conta Celmo.
O estrume e serragem para adubar a terra foram conseguidos com parentes e amigos. “É tudo natural aqui, não tem nada de agrotóxicos”, diz Osvaldina.
Mesmo o casal já tendo em casa um canteiro com algumas cebolas e ervas medicinais, demonstram cada vez mais o interesse em manter o projeto da horta comunitária. “Eu gosto de mexer com a terra. Fico contente demais em poder fazer esse trabalho, que para mim é um passatempo, e ainda ver a alegria das pessoas ao irem pegar um pé de alface, temperinho ou seja lá o que for, ali na horta”, diz Celmo, emocionado.
Osvaldina ressalta que comer os alimentos plantados por ela e Celmo é muito diferente dos que os comprados em mercado. “Tem um sabor diferente, um sabor real do alimento, sem falar na qualidade”, diz.
A intenção do casal é ampliar ainda mais a horta e poder plantar mais variedades de verduras e legumes. “O espaço é grande, dá para trabalhar bem por aqui, deixar tudo arrumadinho. Não temos lucro nenhum, mas a satisfação em fazer um bem para nós e os vizinhos, não tem dinheiro que pague”, diz Celmo.
Gratidão
A horta comunitária de Celmo e Osvaldina foi possível graças ao apoio de Edésia Cunha, a quem o casal tem muita gratidão. “Ela é muito boa para nós. Quando precisávamos de um lugar para morar até nossa casa ficar pronta, foi ela que se dispôs a nos ceder a antiga casa que ficava nesse mesmo terreno, sem nos cobrar nada”, diz Celmo.
A bondade de Edésia tem inspirado o casal, que busca sempre zelar pela casa, família, e também vizinhos. Na Páscoa, por exemplo, Osvaldina preparou amêndoas para distribuir para as crianças que moram na mesma rua. “Dessa vida a gente não leva nada. Nossa maior riqueza é o que carregamos dentro de nós e que podemos dividir com quem nos cerca”, afirma.
Projeto de lei
O presidente da Câmara de Vereadores, Eder Vargas (MDB) estuda criar um projeto de lei para o município para a implantação de hortas comunitárias em escolas e bairros.
A ideia surgiu após as voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer procurarem os vereadores para apresentarem a campanha Preciso Viver 2019, que tem como foco a alimentação saudável.
“Dentro de 20 dias devo levar para a apreciação dos demais vereadores da Casa. É um projeto muito interessante, que pode auxiliar bastante o município e envolver a população”, afirma.