Caso Milena: saiba o que disse André Fagundes durante seu depoimento no julgamento
Motorista acusado de atropelar e matar a menina de 9 anos
Motorista acusado de atropelar e matar a menina de 9 anos
André Mott Fagundes, o motorista acusado de atropelar e matar a menina Milena Ketlin Ristow, de nove anos, no bairro Cedro Alto, em Brusque, em julho de 2021, fez o seu depoimento perante o júri manhã desta sexta-feira, 11, no Fórum da Comarca de Brusque. Além dele, quatro testemunhas de defesa também foram ouvidas. O julgamento, que começou às 8h30.
André está julgado pelo júri popular, a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). A defesa do acusado, porém, tentou reverter a decisão e entrou com recurso em segunda instância, que não teve prosseguimento.
Ele responde por homicídio com dolo eventual, no caso de Milena, quando não há intenção de matar, mas que compreende e assume o risco da morte acontecer. No caso da mãe da menina, Alvaci de Abreu, André responde por tentativa de homicídio.
André foi chamado para iniciar o seu depoimento por volta das 10h25. Questionado sobre o que fez naquele dia, ele diz que foi jogar futebol com os amigos em um campo de society. Após a partida, foi iniciada uma confraternização, ocasião em que admitiu ter bebido cerveja e fumado maconha.
O réu diz ter ficado no local até umas 18h, quando foi embora de carro. Ao entrar no veículo, afirmou que acendeu os faróis do carro pois “estava escuro”. Disse que trafegava em uma velocidade próxima aos 50 km/h. Quando estava na rua onde o acidente aconteceu, relatou ter ultrapassado um carro que “andava devagar”. Porém, ao realizar a manobra, disse que escutou um “barulho de batida”.
Questionado, disse que pensou que “não era nada”, porém, quando olhou no retrovisor, viu que o carro de trás ligou o sinal de alerta. Relatou que entrou em choque pois “percebeu que havia feito algo de errado”.
André afirma que não viu no que bateu, e que em nenhum momento subiu no “passeio” onde a família diz que caminhava no momento do acidente. Contou que não se negou a fazer o teste do bafômetro, mas disse que o procedimento não foi realizado.
Após a colisão, André diz que entrou em choque e deixou o local para ir até a casa dos pais. Disse também que não se lembra dos policiais o abordando no carro onde é acusado de estar dormindo (versão que nega, já que disse que estava em estado de choque dentro do carro). “Só descobri a gravidade do ocorrido quando me colocaram no camburão”.
Sobre ter passado pelo posto (em alta velocidade segundo acusação), André diz que sabe que o costume é errado, mas que realizava a manobra de ‘cortar’ o semáforo com frequência.
“Fazia para economizar tempo. Mas passei por lá consciente, não cheguei perto de colidir contra outro carro (contrariando a acusação). Não estava bêbado pois não bati em nenhum carro e em ninguém. Passei pelo posto consciente. Não estava fugindo, estava querendo ir para a casa pois estava com medo”, disse o réu.
Questionado se era usuário de maconha há muito tempo, André diz que começou a fumar por volta de dois, três anos atrás. Disse que nunca fez tratamento pois “não dependia daquilo, usava apenas nos finais de tarde. Hoje não uso mais e nem bebo”.
Disse ainda que não bebeu muita cerveja enquanto estava na confraternização, já que tinha um aniversário para ir e queria chegar logo em casa. “Não vi ninguém na hora do barulho. Quando ‘cortei caminho’ pelo posto eu não estava fugindo e nem com pressa. Só queria chegar em casa”.
Segundo consta nos autos, foi encontrado no carro de André no dia do fato 65 gramas de maconha, peças de triturador de fumo e um pacote de seda para enrolar tabaco.
A família sentou na primeira fileira durante o depoimento do réu. Um dos presentes segurava um cartaz. A mãe, Alvaci de Abreu, se mostrou abalada desde o início do julgamento.
Segundo apuração de O Município, André foi agredido por um irmão de Milena após uma fala do advogado de defesa de André. O magistrado teria insinuado que a culpada pelo acidente foi a mãe da vitima. O irmão de Milena se irritou, pulou para dentro de espaço não permitido e atingiu André.
André recebeu um ponto na região da cabeça por questão estética. Ele foi liberado por volta das 14h30 e o júri foi retomado sem ele. Segundo a promotora Susana Perín Carnaúba, André está bem.
O irmão de Milena foi para casa após ser registrado um termo circunstanciado. A mãe de Milena, Alvaci de Abreu, passou mal, mas se recusou a deixar o local.
Milena morreu após ser atropelada por volta das 18h30 de sábado, dia 17 de julho de 2021. A menina estava com a mãe quando ambas foram atingidas pelo carro, um Fiat Uno.
A mãe sofreu ferimentos leves e não precisou ser encaminhada para atendimento. Já Milena foi atingida em cheio e, com o impacto da batida, foi arremessada a uma distância de aproximadamente 20 metros.
A menina já estava sem sinais de vida quando os bombeiros chegaram para socorrê-la. O motorista deixou o local logo após a colisão, mas foi localizado pela polícia e preso. Segundo a PM, André apresentava sinais de embriaguez.
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