Caso suspeito de fungo negro é registrado no Norte de Santa Catarina; infecção rara pode levar à morte
Vítima é um homem, de 66 anos, e que está internado no Hospital São José; ele teria sido diagnosticado com Covid-19
Um homem, de 66 anos, morador de Jaraguá do Sul, está sendo acompanhado pela Secretaria de Saúde e Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), suspeito de apresentar sintomas de mucormicose. A infecção rara, mais conhecida como “fungo negro”, que pode levar à morte em casos graves.
Ele está internado no Hospital São José e teria sido diagnosticado com Covid-19. Após se recuperar, o homem apresentou sintomas que podem estar relacionado ao fungo negro.
Este é o segundo caso suspeito da doença na região Norte de Santa Catarina. Em maio, um paciente imunodeprimido de Joinville, de 52 anos, também passou a receber acompanhamento após apresentar sintomas que poderiam estar relacionados com a mucormicose.
Ele possui histórico de comorbidades (diabetes mellitus e artrite reumatoide) e começou com os sintomas gripais no dia 20 de fevereiro. Três dias depois, um teste confirmou que ele estava com coronavírus.
No dia 19 de março, ele precisou ser internado, pois sofria com fraqueza generalizada relacionada ao coronavírus. Ele teve alta do hospital particular no dia 4 de abril, com melhora geral do quadro de saúde.
Por ter apresentado cetoacidose diabética, que é uma complicação metabólica caracterizada por fatores relacionados com a diabetes, o paciente teve uma celulite facial, que prejudicou parcialmente a acuidade visual.
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O paciente segue internado em um hospital particular, com monitoramento constante da Secretaria Municipal da Saúde, por meio da equipe da Vigilância em Saúde. As informações seguem sendo compartilhadas com o Ministério da Saúde e com a Secretaria de Estado da Saúde.
Mucormicose
O termo fungo negro é popularmente utilizado para se referir à mucormicose, uma infecção causada por um fungo da classe Zygomycetes e ordem Mucorales. É considerada uma infecção fúngica grave e rara, originária de microrganismos que vivem em diversos ambientes, particularmente no solo com matéria orgânica em decomposição, como folhas, adubo ou madeira.
A mucormicose é contraída por pessoas que entram em contato com os esporos fúngicos. Indivíduos diabéticos, com doenças oncohematológicas ou que utilizam medicamentos imunossupressores são mais suscetíveis à contaminação.
Há cinco formas possíveis da manifestação da doença: sinusal/cerebral, pulmonar, gastrointestinal, cutânea ou disseminada. Os sintomas mais comuns são dores súbitas, que evoluem para lesões localizadas.
Em casos graves, a mucormicose pode evoluir para coma e óbito. A infecção, que geralmente se manifesta na pele, pode espalhar-se para outras partes do corpo.
Geralmente, o tratamento é realizado com intervenção cirúrgica para remover os tecidos infectados ou mortos. Em alguns pacientes, a evolução da doença pode resultar na retirada de parte da mandíbula ou do olho.
Também há tratamento medicamentoso, que pode envolver um período de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa, dependendo do quadro clínico do paciente.
Em nível mundial, diversos estudos estão sendo realizados para verificar possíveis relações entre a mucormicose e pacientes com Covid-19, especialmente os que apresentam comorbidades e quadros imunodreprimidos.
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