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Casos de raiva animal na região preocupam

Um em Tijucas e oito em Blumenau colocam Cidasc e Secretaria de Agricultura em alerta

Desde agosto, oito casos de raiva foram confirmados em bois, cavalos e búfalos de Blumenau e, há dois meses, um caso foi registrado em Tijucas. Os eventos preocupam a unidade da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) de Brusque e a Secretaria de Agricultura de Guabiruba. O motivo é a proximidade dos municípios e o “estilo de vida” dos morcegos hematófagos, transmissores da doença.

Segundo o médico veterinário encarregado da Unidade Veterinária Local (UVL) da Cidasc de Brusque, João Alves Moraes, o Joca, os morcegos são animais “muito inteligentes”, moram em pelo menos cinco lugares diferentes e podem voar até 70 km em linha reta. Com isto, eles se alimentam do sangue das vítimas durante o deslocamento de um local para o outro.

“O morcego pode ter casa em Brusque, Guabiruba, Balneário Camboriú, Blumenau e Botuverá e todo o dia se deslocar entre esses lugares durante a noite. No caminho, ele encontra os animais, suga o sangue e marca o bicho com urina.

Na próxima passagem por ali, ele vai encontrar o mesmo animal pelo cheiro da urina para poder se alimentar dele novamente. O morcego vai sugar aquele animal, quantas vezes passar por ali, até matá-lo. E ele é um bicho esperto porque morde em lugares que as vítimas não conseguem se defender, como no escroto, na virilha e perto do pé”, explica.

Tanto em Brusque, quanto em Guabiruba e em Botuverá não há registros de confirmações ou suspeitas de raiva animal neste ano. O último surto que atingiu os três municípios ocorreu em 1997, de acordo com Joca. Naquela época, cerca de 30 casos foram confirmados. Mesmo sem surtos de tamanha dimensão, Botuverá registrou 8 animais contaminados em 2012. O evento fez com que a prefeitura do município vacinasse gratuitamente os bois, os cavalos e os búfalos.
Vacinação

Para prevenir a disseminação da doença nos municípios, o médico veterinário da Cidasc aconselha os proprietários rurais a vacinarem os animais. Um vidro da vacina, explica Joca, custa entre R$ 20,00 e R$ 30,00 e garante a imunização de até 10 cabeças. Os bovinos, equinos e bubalinos que nunca receberam a vacina, devem tomar a segunda dose 30 dias após a aplicação da primeira. Os que já haviam tomado em anos anteriores, por sua vez, devem reforçar a imunização de um em um ano.

“Nos cavalos e nos búfalos, o proprietário deve solicitar ajuda de um veterinário para aplicar a vacina. Os cavalos são muitos sensíveis e pode formar nódulos no corpo do animal se aplicada de forma errada. Nos búfalos, como eles vivem em locais geralmente enlameados, é preciso ter cuidado na hora da aplicação. Mas nos três animais, é necessário limpar bem o local antes da aplicação com álcool iodado e em cada um deve ser utilizada uma agulha diferente”, afirma.

A médica veterinária da Secretaria de Agricultura de Guabiruba, Ana Paula Schaefer, ressalta que todos os bovinos, equinos e bubalinos das propriedades precisam ser vacinados, pois a raiva pode ser passada de animal a animal e do animal ao ser humano através do sangue, da saliva e de arranhões.