Casos de sífilis diminuem 43% em Brusque em 2020
Vigilância em Saúde diz que queda pode ter sido influenciada pela baixa procura das unidades de saúde na pandemia
Vigilância em Saúde diz que queda pode ter sido influenciada pela baixa procura das unidades de saúde na pandemia
Os casos de sífilis reduziram significativamente neste ano em Brusque. Se ao longo de 2019 foram contabilizados 297 casos de sífilis adquirida, em gestantes e congênita. Até 30 de novembro de 2020, foram 168 casos notificados na Vigilância em Saúde do município, uma queda de 43,4%.
Uma situação bem diferente da do ano passado, quando o município estava com surto da doença, devido ao aumento significativo de casos.
Apesar da redução, a diretora da Vigilância em Saúde, Alicia Fagundes, afirma que os números devem ser maiores, já que com a pandemia da Covid-19, as pessoas deixaram de procurar as unidades básicas de saúde, que são responsáveis por fazer o diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes com sífilis no município.
“Isso aconteceu também com outras doenças e com as vacinas. A pandemia fez com que as pessoas tivessem receio de ir até as unidades de saúde, com isso, a testagem não aconteceu”.
Alicia destaca que o teste rápido para detectar a sífilis é feito em todas as unidades de saúde de Brusque, sem precisar de agendamento prévio.
Se o teste rápido der positivo, o paciente é encaminhado para um exame de sangue para confirmar ou não a doença. Após o diagnóstico, o tratamento é feito com a penicilina benzatina, também disponível na rede pública de saúde.
A sífilis é uma doença curável e seu tratamento é simples, pois o uso de medicamentos a base de penicilina normalmente conseguem reverter o quadro.
O tratamento se torna difícil na fase final da doença, quando a bactéria já se espalhou pelo corpo. Mas, em sua maioria, todos os sintomas são reversíveis e a pessoa fica completamente curada e a doença não segue adiante. O que não quer dizer que a pessoa fica imune à doença.
Dos 168 casos registrados até o dia 30 de novembro em Brusque, 137 se enquadram no tipo sífilis adquirida, que é quando é transmitida de uma pessoa para a outra durante o sexo sem preservativo ou por transfusão de sangue.
Em 2020, também foram notificados 29 casos de sífilis em gestantes e dois de sífilis congênita, quando acontece da mãe infectada passar para a criança durante a gestação ou o parto. Fetos infectados com a doença podem ter má formação ou até morrerem.
Os números são bem menores do que os registrados no ano passado, quando foram 258 casos de sífilis adquirida, 32 em gestantes e sete de sífilis congênita.
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada por uma bactéria. A doença tem três fases: primária, secundária e terciária.
A sífilis primária é a fase inicial. A pessoa infectada apresenta uma ferida indolor, chamada de úlcera, que se mantém presente durante, no máximo, duas semanas. Após esse tempo, a ferida desaparece espontaneamente, fazendo com que o paciente pense, erroneamente, que está curado.
Os sinais e sintomas da fase secundária da doença aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento da ferida inicial. O paciente pode apresentar lesões cutâneas, febre, aumento dos gânglios linfáticos ou ínguas no corpo. É muito comum confundir a fase secundária da sífilis com algum quadro alérgico.
A fase terciária aparece anos ou décadas depois que a pessoa foi infectada. Pode apresentar quadros de sequela que, na maioria das vezes, é de difícil reversão. Em geral, o paciente apresenta sinais e sintomas graves, como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.