Cautela redobrada: frentista comenta cuidados ao atender dezenas de pessoas no dia a dia

Filenis Roberto de Souza relata a adoção de novas medidas para evitar contaminação

Cautela redobrada: frentista comenta cuidados ao atender dezenas de pessoas no dia a dia

Filenis Roberto de Souza relata a adoção de novas medidas para evitar contaminação

Aos 47 anos, o frentista Filenis Roberto de Souza atende dezenas de clientes por dia no posto Vale Europeu, no bairro Steffen, mas agora com muito mais cautela.

Tenta se manter afastado da porta do carro, não busca contato, e a máscara está no lugar. Tudo de acordo para proteger a si mesmo e ao outro da pandemia de coronavírus (Covid-19). Com a esposa já aposentada, ele é o único trabalhador ativo da casa. Só ele precisa, de fato, sair em meio à pandemia.

Há dois anos e meio no seu atual local de trabalho, Souza trabalha das 14h30 às 23h de segunda a sexta, e ao sábados até 22h. Apesar de estar há relativamente pouco tempo no posto de combustíveis, atua há vários anos como frentista. “Temos que tomar os cuidados. Usar máscara, álcool em gel. Eu sempre fico mais afastado do cliente, porque tem cliente que não gosta, com esse negócio da pandemia.”

Na sua rotina, Filenis teve a sorte de não ter enfrentado ou conhecido as consequências reais da pandemia. Além de trabalhar em um serviço essencial, tendo muito mais solidez na segurança do emprego, ninguém do seu entorno chegou a ser afetado diretamente, nem com dificuldades por causa de trabalho, nem com problemas de saúde por causa da doença em si.

A principal mudança, de fato, é a da rotina no serviço, com uso de equipamentos de proteção e mais cuidado na hora do atendimento. Nem o transporte para o trabalho foi afetado, pois tem a própria motocicleta. Seis vezes por semana, é feito o trajeto do bairro Santa Terezinha até o Steffen.

Podendo levar a vida com muito menos preocupações do que a maior parte das pessoas, Souza ainda não pensa em aposentadoria, que ainda está um pouco distante. Enquanto isso, diz que se sente em casa onde trabalha. No posto, afirma que o movimento caiu um pouco, nada que o assuste.

“Gosto muito de trabalhar com o povo. Fico feliz de estar trabalhando, muita gente nesta pandemia tem perdido o emprego. Faço trabalhos assim desde 1991, sou frentista há muitos anos e gosto de trabalho assim. Já fui motorista e motoboy também. Em locais fechados me sinto mal, não gostei”, comenta.

O frentista, natural de Patrocínio (MG), foi viver em Brusque, curiosamente, porque queria estar perto do mar. Após a experiência bem sucedida da irmã, iniciada em 1996, Filenis de Souza realizou seu sonho em 2000. Boa parte da família de Souza segue morando em Minas Gerais.

No entanto, logo foi morar na Inglaterra, em 2003, onde ficou durante um ano, com o apoio da cunhada, que já morava lá. Viveu na região metropolitana de Londres. Trabalhava em um supermercado, mas acabou deportado por não ter a documentação regularizada. Ainda assim, conseguiu dinheiro o suficiente para realizar mais um sonho: o da casa própria.

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