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Cavalgada reúne cavaleiros de Brusque em direção ao Santuário de Santa Paulina

Antiga tradição volta a ser realizada de forma expressiva no município após seis anos

Centenas de cavaleiros de várias regiões de Santa Catarina se reuniram nas proximidades do Santuário de Azambuja na manhã deste sábado, 24, para retomar uma tradição de Brusque: a cavalgada.

Realizada durante 20 anos reunindo um número grande de participantes, a cavalgada teve sua última edição de forma mais expressiva em 2012. Depois, somente pequenos grupos, de forma isolada, continuaram com a tradição de percorrer 19 quilômetros até o Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento.

Neste ano, entretanto, a intenção dos organizadores foi dar o primeiro passo para que o antigo costume volte com força no município. De acordo com Carlos Alexandre Reis, a volta da cavalgada foi um pedido dos grupos que se reúnem constantemente para participar de eventos deste tipo.

“Este é um evento conhecido nacionalmente e queremos voltar com a tradição. Desde 2012, os cavaleiros fazem o trajeto em pequenos grupos e agora queremos resgatar a união de todos. Tornar um grande grupo”, afirma.

Reis lembra que todos os cuidados com os animais foram tomados, inclusive, com a presença de veterinários entre os participantes. “Essa foi uma preocupação nossa. Vamos com calma, respeitando os animais”, diz.

Em 2005, a cavalgada de Brusque entrou para a lista do RankBrasil, o livro dos recordes brasileiros, como a maior do país: contou com a participação de 8.125 cavaleiros de 388 cidades. Nenhum outro evento semelhante superou o feito, e a cavalgada em Brusque continua com o título de maior do Brasil.

Além do recorde nacional, a cavalgada figurou também no Guinness Book, o livro dos recordes: com o registro na página 89 da edição de 2007, com o mesmo evento de 2005, que reuniu 8.125 cavalos.

Neste ano, a expectativa da organização era de reunir em torno de 300 cavaleiros. A saída do morro próximo ao Hospital Azambuja aconteceu por volta das 9h15. A chegada ao santuário ocorreu às 17 horas. Lá, foi realizada uma missa para os cavaleiros. Durante o percurso, há paradas estratégicas para o descanso dos animais e dos cavaleiros.

Paixão antiga
Osvaldo Mafra, 61 anos, é cavaleiro há mais de 40 anos. Morador do bairro Dom Joaquim, ele aguardava ansioso a saída da cavalgada ao lado dos cavalos Pretinho e Bils, de seis e três anos, respectivamente.

O cavaleiro conta que participa da cavalgada desde a primeira edição e que de 2012 para cá, continuou indo até o Santuário de Santa Paulina todo último sábado do mês de agosto.

No início, Mafra fazia a cavalgada montado no cavalo. Hoje, vai de carroça que é puxada por seus dois animais. “A carroça é mais confortável. Já não tenho mais pique pra ir montado”, diz.

Para ele, é uma alegria ver que a tradição da cavalgada pode ser retomada. “Eu fico muito feliz. Foi uma tradição que quase acabou e agora está ressurgindo”.

Quem também participa desde a primeira edição do evento é Marcel Becker, 51 anos, morador do bairro Thomaz Coelho. Ele conta que sempre teve paixão por cavalos, tradição que foi passada de geração em geração. “Meu avô já tinha cavalos, aí passou pro meu pai e eu me criei neste mundo”.

Ele participa da cavalgada pela devoção a Santa Paulina e mesmo quando a cavalgada de Brusque enfraqueceu, continuou a fazer o percurso. “É uma tradição dos cavaleiros e carroceiros de Brusque. Último sábado de agosto tem que ter a cavalgada para Santa Paulina”.

De Itajaí, a família de Talita Gomes de Souza também participou da cavalgada. Eles acamparam no terreno próximo ao Hospital Azambuja e sempre quando podem participam do evento. A família foi até o Santuário de Santa Paulina dividida em duas carroças, além de um carro que foi acompanhando.

Além dos adultos, três crianças aguardavam ansiosas a saída da cavalgada: Deivison, 10, Silvio, 4, e Carlos, 5, desde pequenos estão acostumados a participar de eventos do tipo com a família.

“Eles adoram e fazem questão de ir na carroça. É uma diversão para eles”, diz Talita.