Cavernas de Botuverá: maravilhas da natureza ao nosso alcance

Santa Catarina é um estado lindo por natureza, onde “a mão do Divino” não poupou exuberância e alguns lugares apresentam belezas raras, verdadeiras obras de arte naturais, como as milenares cavernas de Botuverá com suas magníficas esculturas feitas pela água.

Apesar de milenares, elas eram desconhecidas pelo homem até a década de 1940, ocasião em que alguns moradores da pequena cidade colonizada por imigrantes italianos descobriram o local “meio que por acaso”. Quem discorre sobre o assunto com muita propriedade é a moradora de Botuverá, Dª Celsa Colzani Tomio, em seu livro (não publicado) “Recordações de Minha Família – Lageado de Botuverá” (1998), cuja síntese do relato trazemos ao leitor:

(…). Na localidade de Ourinhos, temos a caverna, que está entre as três mais bonitas do Brasil. Está nas terras de Artur Tisma, ele tinha uma pedreira e forno de cal, mais tarde a terra passou a ser de outra firma, agora está sobre o comando da Prefeitura Municipal de Botuverá. Em 1945 o Aquileo Pascoal Pedrini, que trabalhava rachando as pedras para o forno de cal, certo dia estava trabalhando em frente a uma entrada, quando viu que um cachorro estava correndo atrás de uma paca e os dois entraram lá e não voltaram mais. Ele, para ver se encontrava algo, entrou alguns metros, como estava tudo escuro, voltou. Não morava ninguém ali perto e quando dava trovoada para se proteger da chuva ele entrava no buraco, mas nunca se atreveu a entrar mais que aquilo.

Mais tarde o Aquileo convidou quatro amigos, rapazes: Abilio Bosco, Ivo Fugazza, Euclides Dognini e Adário Pedrini, filho de Aquileo. Eles levaram uma lanterna cada um e viram como ela era bonita e de vez em quando entravam e a exploravam aos poucos, nunca contaram a ninguém e começaram a ficar com medo, então decidiram não entrar mais lá. Adário e os outros, certo dia resolveram entrar e foram entrando cada vez mais, até que de repente encontraram os ossos do cachorro, que Aquileo disse que viu entrar e que não encontrou mais a saída. Entre 1960 e 1975, grupos de amigos, começam a pedir para Abilio ser o guia deles e lhes mostrar a caverna, ele ia com muito gosto, e sabia entrar e sair, já conhecia muito bem a caverna. A primeira excursão foi do professor Paulo Unguer de Joinville, que entrou com Abilio, daí começaram a vir excursões de todos os lugares.

Em 1989, foi colocado um portão e todos podiam entrar (…) companhado por um guia. (…)  No começo só entravam de cinco em cinco pessoas e tinham que levar lanternas e pilhas junto, no caso das outras terminarem. Depois de um incidente (…) a caverna foi fechada, ficou assim por cinco meses, depois com ordem do prefeito, Abilio ia ser o guia e ia cuidar da caverna. (…) ele fez escadas e colocaram lá dentro energia elétrica (…) em 1993. (…). Como ficou mais fácil e seguro, e é um lugar interessante, estão vindo excursões de todos os lugares, desde 1997. (…). No começo quando a entrada era livre, muitas pessoas (…) quebravam as pedras, pois queriam levar para casa de recordação (…). Quando a pedreira ainda funcionava, por causa dos explosivos, muitas pedras se quebravam ou ficavam trincadas. (…) 

 

Como chegar até as cavernas?

O Parque Municipal das Grutas de Botuverá, que abriga as cavernas, fica na Estrada Geral de Ourinhos, distante 15 km do centro. O acesso se dá pela SC-486, recém pavimentada. Botuverá localiza-se próximo a Brusque, Balneário Camboriú, Blumenau e Florianópolis, o acesso é fácil e a paisagem é deslumbrante.

E, como já disse Dª Celsa:

– Vale a pena visitar essa beleza que a natureza fez e deixou para que nós!