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CDL Brusque e Sindilojas temem retração maior do comércio local com isolamento prolongado

Presidentes das entidades opinam sobre situação no município e no estado

 

A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque e o Sindicato do Comércio Varejista de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sindilojas) temem por uma queda grave no comércio local caso o isolamento social permaneça sendo feito da forma atual, após o governador Carlos Moisés ter adiado a aplicação do Plano Estratégico de Retomada das Atividades Econômicas. A medida, anunciada na sexta-feira, 27, previa a retomada do comércio com ações preventivas contra o coronavírus (Covid-19) a partir de quarta-feira, 1º.

O presidente da CDL, Fabrício Zen, afirma que Santa Catarina começava a tomar um caminho contrário ao de diversas economias do mundo, e dá como exemplo os Estados Unidos, que tem mantido rígidas ações de restrição e fechamento.

“O governador sentiu o peso da caneta. Entendemos que deve-se ter equilíbrio entre a capacidade de atendimento do setor público com a economia de nosso comércio, mas é tudo muito novo e não existe fórmula do sucesso. A previsão para mais estes possíveis sete dias após 1º de abril é uma retração ainda maior da nossa economia, e tememos o desemprego em massa caso se perdure por mais tempo.”

O presidente do Sindilojas, Marcelo Gevaerd, fala em uma depressão da economia caso as medidas restritivas em Santa Catarina não sejam revistas. “O governo fala sobre renda básica, sobre dinheiro, mas o governo não pode bancar. Não estão aparecendo medidas concretas de suporte além de algumas linhas de crédito. São necessários neste momento o bom senso, as negociações e os sacrifícios de todos os lados”, opina.

A CDL prorrogou a mensalidade que tem vencimento em abril para que os associados possam efetuar o pagamento entre junho e agosto. Também será lançado o SPC Crediário, produto que garantirá o recebimento das vendas parceladas que o associado fizer. “O Associado vai vender a prazo e se não receber a CDL irá garantir este recebimento, pois a última coisa que queremos é o impacto da inadimplência após todo impacto econômico”, comenta Zen.

O presidente da CDL relata que a maioria dos empresários associados não possuem um fluxo de caixa que segure seus negócios por muito tempo sem faturamento. Por isso, temem ações extremas como demissões ou encerramento de atividades, dependendo do tempo que o isolamento social atual levar.

Para minimizar estes efeitos, medidas como renda ao trabalhador e apoio às empresas por parte do Estado são vistas com bons olhos por Zen. “É do que iremos precisar para manter os pilares econômicos ativos e retomar nosso comércio com força e vigor.” Em relação ao lojista, o dirigente percebe algumas atitudes do poder público, o anúncio de linhas de crédito e alguns incentivos fiscais, mas as vê com cautela pela incerteza de como seriam aplicadas estas ideias.

Gevaerd se dizia empolgado com a reabertura do comércio, ainda que não esperasse um movimento grande, por todo o contexto da pandemia. “Estávamos esperando muito por aquele momento. Acredito que estaríamos preparados para fazer esta retomada com segurança. Tudo precisa ser gradual, será mesmo tudo muito lento. Estamos a par de tudo que tem acontecido, e infelizmente tem havido pouco diálogo do governo do estado com nosso setor.”