Cearenses moradores de Brusque comentam sobre a partida contra o Vovô

Após migração para a cidade entre 1980 e 1990, bairro brusquense é repleto de nascidos no Ceará

Cearenses moradores de Brusque comentam sobre a partida contra o Vovô

Após migração para a cidade entre 1980 e 1990, bairro brusquense é repleto de nascidos no Ceará

Foi entre o fim dos anos 1980 e o início da década de 90 que iniciou-se um acanhado movimento de migração de moradores do estado do Ceará para Brusque, uma distância de quase três mil quilômetros, em busca de melhores oportunidades.

Com o tempo, familiares, amigos e conhecidos destes primeiros aventureiros também optaram por arriscar a vida no Sul do país. Hoje, a colônia cearense no município é bem maior, e toma conta do bairro Santa Luzia, mais especificamente nas transversais da rua Hermínio Pavesi.

Mesmo passados cerca de 30 anos, a saudade da terra ficou, e com ela também as lembranças do Ceará, time de coração de muitos destes brusquenses-cearenses. Agora, com a chegada do Vozão em Brusque para a disputa da Copa do Brasil, as paixões se dividem.

A paixão pelos dois clubes fez, inclusive, com que o grupo projetasse uma camisa metade Brusque, metade Ceará. Contudo, o projeto não evoluiu por um problema no prazo. Há quem vá acompanhar a partida na ala dos visitantes, há quem irá acompanhar junto com a torcida local. Mas uma coisa é unanimidade: seja quem vença, eles estarão satisfeitos.

Histórias do Ceará
Na casa de Francisco Severo da Silva, vizinhos e familiares se reuniram para falar sobre o histórico confronto da noite desta quarta-feira, 6. “Viemos em 1989, depois de alguns amigos que nos recomendaram. A vida nossa era muito complicada no Ceará. Morávamos em Iguatu. Primeiro vim sozinho, depois é que chegaram esposa e parentes”, diz Silva.

“Haviam poucas casas por aqui, e eram casinhas de madeira. Hoje já evoluiu bastante o bairro, com muitas residências de material”.

Grupo projetou camisa metade Ceará e metade Brusque, mas problema no prazo impediu a confecção. Foto: Reprodução

O maior conhecedor de futebol foi o senhor Luiz de Melo, que chegou em Brusque em 1993, quando o Santa Luzia ainda era um bairro pouco conhecido. “Com o dinheiro que compramos um terreno mal daria para adquirir uma pilha de madeiras hoje em dia”, brinca. Ele relembrou os tempos da infância, quando acompanhou partidas no Castelão. “Era uma época em que iam cerca de 70 mil pessoas. A primeira vez que eu fui, saiu um gol e aquilo lá explodiu. Eu cheguei a ficar com medo, queria sair de lá”.

Porém, diferente da maioria dos amigos, seu Luiz é torcedor do rival, o Fortaleza. “Até falei pra eles que eu vou ter que trabalhar durante o jogo, mas se eu fosse iria com a camisa do Fortaleza na torcida do Brusque”. Como um espião, ele inclusive fez recomendações ao Bruscão. “Eles têm bons e velozes jogadores, e a defesa vai passar trabalho”.

Reforço da torcida alvinegra
Já Nilson Francisco de Barros é torcedor alvinegro. Ele chegou na cidade em 1988, e a paixão pelo Vovô o fez ajudar a fundar o Ceará, equipe municipal que disputou a extinta Liga Desportiva Brusquense. “Tinhamos um time bom, mas depois os mais novos não quiseram mais, e aí se perdeu”. Segundo Barros, os familiares que ficaram no Ceará pediram para que eles reforçassem a torcida visitante. “Já comprei meu ingresso para ficar no lado do Ceará”, explica.

Além de Nilson, Francisco e Luiz, os cearenses que também compareceram para contar as expectativas da partida foram Gledson Severo da Silva, Antônio Alves de Macedo, Emerson Freitas de Oliveira, Cícero Alves de Melo, Cícero César Alves de Melo e Josias Gomes da Silva. “Muita gente daqui deve ir. Se for só esse pedaço do bairro no jogo, o espaço dos visitantes vai ser pequeno”, completa Gledson.

 

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