Celebração do Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa
Fiéis lotaram a matriz São Luis Gonzaga. Neste ano, procissão foi cancelada devido às chuvas
O mau tempo alterou, mas não impediu a rotina de celebrações do Domingo de Ramos e a abertura da Semana Santa no município. No centro, a Paróquia São Luiz Gonzaga, com capacidade para até 900 pessoas sentadas, estava próximo de sua capacidade máxima para celebração das 9h. Antes dela, estava prevista uma procissão, com saída do Seminário, mas precisou ser alterada para uma celebração interna.
A mudança não alterou o significado da celebração, na avaliação de alguns dos fiéis presentes. A cada ano, Alexandre, 34 anos e Regina, 30, esperam com entusiasmo pela data. Sempre que familiares estão na casa, acompanhar a procissão e a benção dos ramos é prioridade na programação. “Sem a Celebração de Ramos, a Páscoa perde o sentido. É um momento que tu já vem com um ar diferente”, resume ele.
Outro ponto preservado pela família é o ensinamento da filha Iasmim, de quatro anos. Eles aproveitam a curiosidade despertada nela durante as celebrações e os momentos de conversas domésticas para explicar os significados e importância de se manter a manifestação de fé. Muitos dos ensinamentos vem do que eles próprios aprenderam com os pais.
Desde às 7h, Sérgio Deichmann, 62, aguardava pelo momento de benção dos ramos. Ele havia participado da primeira missa realizada e aguardava pela procissão tradicional. Há cerca de 10 anos ele mantém o hábito de levar os itens para casa como um símbolo de proteção. Ele aprendeu com a avó e a mãe.
Ele descreve a tradição familiar como um ato de fé e respeito. Apesar de não ter ocorrido a procissão neste ano, ele acha que a celebração conseguiu atrair um bom público. Em geral, lembra, só a ação externa costumava reunir mais de 500 pessoas.
Renovação da Fé
Para o padre Magnos José Baron Caneppele, a participação popular foi uma demonstração de fé e um momento bonito deste ano. De acordo com ele, a grande presença de fiéis demonstra a proximidade da população local com Deus e a renovação de sua fé. “Não basta, apenas, aclamar o Cristo em momentos de entusiasmo e depois crucificar na rotina de todos os dias”.
O período é classificado por ele como uma oportunidade para as pessoas reviverem a redenção de Cristo. Durante a celebração, foram lembrados momentos importantes como a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém e o início da Semana Santa, com a leitura da Paixão de Cristo, segundo São Marcos. “Somos convidados à contemplar o grande amor de Deus. É um momento de renovar a nossa fé, de voltar à Igreja e pedir que Deus olhe por nós”.
Já os ramos ganham um significado especial, de acordo com o religioso. Eles representam a abertura, o reconhecimento e são um sinal de compromisso de quem deseja viver intensamente a Semana Santa. Para ele, o material também demonstra a presença de Deus no coração dos fiéis.
De acordo com o catequista Saymon Meyer, a semana é tão importante para a comunidade que, na antiguidade, era conhecida como a “Grande Semana”. Para ele, o simbolismo da entrada de Cristo em Jerusalém deve inspirar os fiéis à aceitação e aclamação.
Semana Santa
Meyer destaca a realização de diferentes atividades no decorrer dos próximos dias. Na quarta-feira, 28, além da missa e confissões, ocorre a Via Sacra. No dia seguinte estão previstas as Missas do Crisma, de Lava Pés e a vigília.
A sexta-feira será de confissões na Igreja Matriz a partir das 7h. Às 15h, ocorre a Hora da Misericórdia e uma hora mais tarde, a Celebração da Paixão e Morte do Senhor e Procissão do Senhor Morto. No domingo, às 6h ocorre a Aurora Festiva e a Procissão da Ressurreição. Elas antecedem as missas de Páscoa, que ocorrem a partir das 9h.
Veja a procissão: