Celesc flagra adulteração em medidores de energia elétrica
Unidades consumidoras estão sendo investigados pela Polícia Civil de Brusque por possível desvio de energia
Unidades consumidoras estão sendo investigados pela Polícia Civil de Brusque por possível desvio de energia
A Polícia Civil de Brusque investiga possíveis desvios de energia elétrica na cidade e região. Nos últimos 12 meses, a Celesc já registrou em torno de R$ 6 milhões em energia desviada. Na delegacia, pelo menos 15 inquéritos tramitam para identificar os responsáveis pelo crime.
Segundo o delegado Juscelino Carlos Boos, a adulteração é considerada crime de furto, com pena de um a quatro anos de reclusão para os responsáveis pelas unidades consumidoras e também para as pessoas que realizaram o serviço. “Está havendo um número significativo de ocorrências sendo registradas pela Celesc”, revela.
O gerente da Celesc de Brusque, Pedro Paulo Tridapalli, explica que os criminosos alteram o relógio que mede o consumo de energia elétrica. “Com isso, o valor gasto diminui. A energia que entra para a empresa permanece a mesmo, mas na hora da medição, apresenta um valor muito menor”, diz.
Há casos em que chega a 55% de diminuição no consumo de energia. “A Celesc sabe da adulteração, pois tem a capacidade de consumo das unidades e percebe que está havendo algo de errado, porque uma fábrica que costumava gastar R$ 50 mil de energia por mês, de repente o valor caiu para R$ 25 mil”, detalha o delegado.
Nos casos em que a Celesc verifica a adulteração nos medidores de energia, o equipamento é substituído e encaminhado para o Instituto Geral de Perícias (IGP), em Florianópolis. “Os laudos periciais devolvidos na delegacia confirmam que há a adulteração com a colocação de alguns componentes que mudam a capacidade de medir a energia”, garante Boos.
O delegado afirma ter informações de que existe um grupo de pessoas mexendo e adulterando os relógios. “Estamos apurando isso e já há vários inquéritos tramitando nesta delegacia. Tem empresas, não só de Brusque, mas em toda a região, que já é a segunda vez que a Celesc flagra esse tipo de adulteração de desvio de energia”, conta.
O cliente que acredita que, mesmo após a fiscalização, os valores que conseguiu desviar ficarão isentos, engana-se. Conforme o gerente da empresa, a Celesc está cobrando o valor que não foi pago pelas empresas ou residências durante o período da adulteração. “Podemos, conforme a resolução da Aneel, recuperar os valores desviados por até 36 meses retroativos”, garante.
O delegado Juscelino Carlos Boos afirma que existe uma combinação entre a pessoa que tem a capacidade de fazer essa adulteração e o responsável pela unidade consumidora. “Os dois saem ganhando. Um por instalar o equipamento e ganhar alguma vantagem e, o outro porque, embora pague alguma coisa para o instalador, mesmo assim o consumo cai significativamente”, diz.
Ele ressalta que a dificuldade nas investigações está em identificar as pessoas que instalam os equipamentos, porque os proprietários das empresas não querem citar quem foi que fez. “Eles só dizem que contrataram um cara, que disse que iria mexer no medidor, prometendo que baixaria a energia. Então, alguém vai à tua empresa, diz que vai mexer no relógio e você simplesmente deixa fazer, sem absolutamente contestar? E se ele fosse lá e aumentasse o consumo? Iria ficar quieto também?”, questiona.
As denúncias anônimas podem ser feitos pelo 197.