Cemitérios de Brusque sofrem com furtos em massa
Diversas pessoas tiveram grandes prejuízos com os crimes que ocorreram no Parque da Saudade e Dom Joaquim
Diversas pessoas tiveram grandes prejuízos com os crimes que ocorreram no Parque da Saudade e Dom Joaquim
Por falta de segurança noturna nos cemitérios de Brusque, a população tem sofrido prejuízos com furtos em massa nas últimas semanas, especialmente no Parque da Saudade e no Dom Joaquim. Diversas pessoas registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil, como foi o caso de Acácio Bett, 64 anos, que teve um crucifixo e a placa de identificação furtados do túmulo do filho.
Bett conta que toda semana vai até o cemitério, e ao chegar no local, na segunda-feira, 5, por volta das 18h, percebeu o furto. Ele ressalta que no mesmo corredor em que está a sepultura do filho, todos os outros túmulos também sofreram com a criminalidade.
O homem foi até a administração do cemitério para cobrar um posicionamento, mas como resposta afirmaram que não poderiam fazer nada. “Por isso registrei um boletim de ocorrência, pois acho uma sacanagem. Se deixa o túmulo abandonado, a prefeitura cobra para arrumar. E se arruma e deixa tudo bonito, vão os marginais furtarem”, diz.
Segundo Bett, os objetos furtados estão avaliados em R$ 550. Porém, tiveram pessoas com prejuízos maiores, como uma mulher de 36 anos, que contou para a Polícia Civil que o túmulo do filho sofreu prejuízo de quase R$ 2 mil, também no cemitério Parque da Saudade, na madrugada de quarta-feira, 30 de novembro.
Ela disse que recebeu a ligação do pai, que havia conversado com o coveiro e soube que vários túmulos haviam sido furtados. Foram levados do local uma moldura de foto, um crucifixo e uma réplica pequena de um veículo Saveiro, feito de bronze, avaliada em R$ 1,7 mil.
O diretor de Patrimônio da Prefeitura de Brusque, Maurino Cazagrande, o Cazão, reconhece que esses crimes não são os primeiros que ocorreram no cemitério e afirma que é inadmissível. Porém, ressalta que não existe segurança privada noturna. “Durante o dia temos funcionários na parte administrativa, o coordenador e outros que fazem a manutenção do cemitério. À noite tem a central funerária que trabalha 24 horas, mas ficam no escritório”, diz.
Cazão salienta que após saber dos casos de furto no cemitério, tomou novas providências e foi duas vezes até a Polícia Militar pedir para intensificar as rondas noturnas. “Mas sabemos que mesmo assim é difícil impedir esses crimes. Por isso, pedimos para quem perde um ente querido, que não coloque objetos de valor porque estamos sujeitos a isso”, orienta.
Ele acrescenta que além de solicitar mais rondas da PM, a prefeitura estuda a possibilidade de contratar segurança privada durante a noite. “Mas, como já estamos no fim do ano, provavelmente ficará para a próxima gestão. Como estamos fazendo regulamento novo para o cemitério, encaixaremos essa situação também”.
Construção de muro
O cemitério Dom Joaquim também sofreu com furtos nas últimas semanas. Uma mulher de 57 anos registrou um boletim de ocorrência na delegacia e disse que na madrugada de sexta-feira, 25, os túmulos dos pais sofreram um furto. Do local foi levado uma luminária, um arranjo de Natal e flores que estavam no túmulo.
O coordenador do cemitério, Vilson Valentim Schlindwein, também registrou um BO por conta do furto de caixas de alumínio, utilizadas para colocar flores. Ele conta que na segunda-feira, 5, foi chamado no local para ver os furtos que haviam ocorrido. Além disso, o cemitério também sofre com o vandalismo.
Schlindwein conta que no cemitério existem câmeras de monitoramento, mas mesmo assim os criminosos não se intimidam. “Ficamos tristes, pois gera um prejuízo para as pessoas que querem deixar o local com um visual mais bonito”.
Ele revela que a diretoria do cemitério planeja, para o próximo ano, construir um muro ao entorno do cemitério. Assim, a partir de determinada hora da noite o local será fechado e ninguém mais terá acesso.
Investimento na segurança
No cemitério da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, o presidente Sérgio Kuchenbecker afirma que nos últimos meses a situação no local está tranquila, isso porque houve um grande investimento na parte de segurança. Há aproximadamente seis meses, foram instaladas câmeras de monitoramento e alarme.
Como o cemitério possui muro, o local é fechado às 20h e acionado os sistemas de segurança. “Temos contratada uma empresa privada e quando há alguma irregularidade, eles observam pelas câmeras e um guarda vai até o local verificar, assim como acontece também quando o alarme dispara”, explica.
Antigamente, Kuchenbecker lembra que era muito comum os crimes no local, e os objetos mais furtados eram as cruzes de cobre e letras de inox. “Esse tipo de furto é muito comum ser praticado por dependentes químicos, que utilizam essas peças para trocar por drogas”, comenta. Além dos furtos, ele ressalta que antes do sistema de segurança, o cemitério sofria muito também com o vandalismo.