Cenário indefinido: Secretaria da Educação se prepara para o ano letivo de 2021 em Brusque
Volta às aulas está programada para 8 de fevereiro, entretanto, tudo dependerá da evolução da pandemia
Está programado para o dia 8 de fevereiro o início das aulas da rede municipal de Brusque referente ao ano letivo de 2021.
Após um ano atípico, em que devido à pandemia da Covid-19, pais, alunos e professores tiveram que se reinventar e se adaptar às novas formas de ensino, a Secretaria de Educação trabalha no retorno às atividades para o novo ano letivo, sempre observando as particularidades do momento.
A secretária de Educação, Eliani Busnardo Buemo, destaca que o cenário vivido é completamente novo e ainda não há como ter garantias de como será o retorno dos alunos às atividades presenciais no próximo ano.
“Temos nas últimas semanas notícias muito boas relacionadas às vacinas. Penso que estamos avançando em passos largos. Mas neste momento não posso dizer o que vai acontecer no próximo ano letivo. Temos o compromisso de deixar tudo encaminhado, mas para ter condições de voltar, é preciso que as pessoas tenham consciência, não relaxem nas medidas preventivas. Milagres não acontecem”.
Eliani ressalta que das 60 unidades escolares da rede municipal, 44 já estão com seu plano de contingência aprovado pelo Comitê Municipal. As 11 escolas da rede estadual, as 13 da rede privada e o Instituto Federal Catarinense (IFC) também já tiveram a aprovação do comitê.
“Na rede municipal, a educação infantil exige um preparo maior. O que estiver no plano de contingência, o comitê vai cobrar. Por isso, é preciso planejar muito para que tudo possa ser executado. Estamos elaborando tudo com muita calma e cuidado”.
Sondagem pedagógica
A partir da próxima semana, os alunos do primeiro ao nono ano das escolas municipais de Brusque passarão por uma sondagem pedagógica, que é uma espécie de diagnóstico da aprendizagem. Por essa avaliação, os profissionais conseguirão avaliar a evolução da aprendizagem de cada estudante.
A secretária explica que os resultados da sondagem pedagógica serão levados em consideração para o planejamento do ano letivo de 2021.
“Vai nos trazer as orientações para que, de fato, o currículo de 2021 abrigue o que ficou faltando em 2020. O resultado será alimentado no sistema e saberemos em cada área qual o percentual de alcance e individualmente também”.
Eliani considera que apesar de todas as dificuldades que a pandemia impôs, o ano de 2020 trouxe grandes aprendizagens que podem ser benéficas. “Se souber aproveitar bem, vamos tirar grandes lições para o futuro”.
A secretária cita como exemplo o uso da tecnologia. “Estávamos avançando em passos lentos no uso da tecnologia e hoje é uma realidade. Precisamos sanar algumas situações que já estão se apresentando, como falta de equipamentos e de acesso à internet nas casas, mas já estamos trabalhando nisso, e temos perspectivas para resolver”.
Novos critérios
Eliani explica que a partir do conceito de avaliação diagnóstica, os critérios dos professores devem mudar, seguindo orientação do Conselho Nacional de Educação.
“Dificuldade de aprendizagem não pode ser em nenhum momento argumento para reter aluno, porque todos em algum momento tiveram dificuldades. Foi um ano de exceção”.
O caso é diferente quando há a quebra do vínculo entre escola e família, ou seja, quando os pais não buscam as atividades impressas ou os alunos não entram na plataforma on-line para realizá-las.
“Quando a escola consegue comprovar que fez todas as ações para trazer esse aluno de volta e houve por parte da família a negligência, o conselho de classe de cada unidade terá a autonomia para analisar caso a caso”.
A secretária ressalta que há um trabalho de busca ativa dessas famílias. Duas vezes por semana, profissionais da pasta vão até a casa da família indicada pela escola para que a criança possa retornar às atividades.
“O último relatório que eu tive acesso, mais de 130 famílias com crianças a partir de 4 anos, foram visitadas por conta dessa questão de não aparecer para buscar as atividades impressas e na plataforma”.
Acolhimento
Eliani diz que o retorno das atividades em 2021 terá, em primeiro lugar, o trabalho de acolhimento dos alunos, que vão precisar se adaptar à nova rotina, depois de passar quase o ano todo em casa, em uma nova realidade.
“Quando voltarmos, em qualquer momento que for, o primeiro movimento é o acolhimento, com uma parceria entre a diretoria de saúde mental e a secretaria de educação, com formações com psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, para dar instrumentos para esta volta para os professores e alunos”.
A secretária avalia que tudo será um novo aprendizado e mesmo com a chegada da vacina, novos padrões e protocolos deverão ser observados. “Será um novo, novo. Não temos parâmetro. Precisamos construir a partir das experiências que vamos adquirindo. Será um grande desafio”.