Censo 2022: pesquisa volta a ser realizada em Brusque após 12 anos; saiba como funciona
Chefe da agência do IBGE em Brusque explica detalhes da pesquisa
O Censo Demográfico voltou a ser realizado após 12 anos. A pesquisa iniciou na segunda-feira, 1º, em todo o Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) de Brusque conta com 40 recenseadores no município e está em busca de mais servidores para que possam exercer a função.
O trabalho vai durar três meses, entre os dias 1º de agosto e 31 de outubro. A pesquisa tem como objetivo identificar as realidades da população. Sendo assim, as autoridades políticas, entidades e cidadãos podem elaborar políticas públicas para auxílio das pessoas.
Dois tipos de questionários são aplicados em todos os domicílios do país. O número é de aproximadamente 76 milhões de domicílios no Brasil, sendo 2,4 milhões em Santa Catarina. O recenseador chegará no local e aplicará o questionário básico. Ainda é possível que alguns dos entrevistados respondam o questionário de amostra, que é mais específico.
“O Censo é a maior pesquisa estatística do país. Estamos falando de chegar em todas as casas e conversar com todas as famílias. Os resultados disso poderão ser aproveitados principalmente pelos poderes públicos, mas também por pessoas comuns. O Censo é de interesse geral, mas o objetivo principal é o planejamento de políticas públicas”, afirma o chefe da agência do IBGE em Brusque, Felipe Augusto Paiva.
O número de recenseadores em cada cidade é proporcional ao número de habitantes. Apesar de o IBGE de Brusque atuar na elaboração do Censo com 40 recenseadores, o número é considerado baixo. De acordo com Felipe, o ideal seria que a cidade tivesse 124 recenseadores. Em Guabiruba e Botuverá, o objetivo seria que os municípios tivessem 21 e cinco recenseadores, respectivamente. Porém, contam apenas com seis e dois.
Número de habitantes
Um dos dados divulgados pela pesquisa é o tamanho da população de cada município. O número mais exato de habitantes em Brusque foi divulgado pelo Censo 2010. Naquela época, o IBGE contabilizou 105.503 pessoas. Nos 11 anos seguintes, os números de habitantes divulgados se tratam de projeções feitas pelo IBGE. Em 2021, o instituto registrou uma população de, aproximadamente, 140.597 pessoas.
“Brusque é um município que recebe muita gente de fora. Eu, inclusive, sou um desses, pois vim de São Paulo. Isto também será captado no Censo em um dos blocos do questionário de amostra, com o tema migração. Então, como a cidade recebe muitas pessoas de fora, será interessante esta análise”, comenta Felipe.
Este número será atualizado com o Censo 2022 e o resultado deve ser mais exato, tendo em vista que todas as pessoas do município serão contabilizadas, sem se tratar de uma projeção como vinha sendo feita ano a ano desde 2011. O chefe do IBGE de Brusque, porém, acredita que as estimativas do instituto devem estar próximas da realidade.
“Vamos saber também como a população de Brusque é constituída, se é uma população mais envelhecida ou não. Sabemos que a cidade tem uma expectativa de vida alta, mas também vamos observar se temos muitos jovens aqui ou não. Vamos saber, por meio do Censo, como é a população de Brusque e região”, diz.
Resposta obrigatória
Está previsto em lei que toda pessoa física e jurídica, quando solicitada pelo IBGE, deve prestar as informações, com possibilidade de receber multa de até dez salários mínimos em caso de recusa. Apesar da obrigatoriedade, Felipe afirma que, na maioria das vezes, não é necessário tocar neste assunto. As informações prestadas pelo entrevistado são sigilosas e não são individualizadas.
Em meio ao trabalho no dia a dia, geralmente apenas um morador do domicílio responde por casa membros quando o recenseador chega no local. Porém, se houver mais de uma pessoa no domicílio, ela também pode responder. O IBGE considera que o ideal seria cada pessoa responder por si. No entanto, entende que muitas vezes isso não é possível por causa do desencontro de horários.
Identificação dos recenseadores
Felipe afirma que há casos de recusas de conceder as informações aos recenseadores por insegurança das pessoas ou receio de sofrerem um golpe. O chefe da agência do IBGE em Brusque explica que é possível consultar se o recenseador de fato é cadastrado pelo IBGE e se está realizando a pesquisa do Censo.
Eles estarão identificados com colete, crachá e alguns usarão boné. No crachá há um QRCode e, caso a pessoa tenha um leitor de QRCode no celular, poderá apontar a câmera para o crachá do recenseador. O código levará ao site do IBGE e mostrará a identificação e dados do recenseador, confirmando que se trata da pesquisa do Censo.
“Ainda se houver dúvidas, é possível agendar a entrevista com o recenseador. Pode falar para o recenseador que vai identificar a identidade dele e combinar para ele vir em outro horário. É possível também contatar a agência ou anotar as informações de identidade do recenseador e pesquisar no site do IBGE. O que não pode é deixar de responder o Censo”, afirma.
Felipe ressalta que o Censo não trabalha com política e não tem relação com pesquisas eleitorais. Além disso, reforça que o IBGE não está à serviço do governo atual ou de governos anteriores. De acordo com o chefe da agência em Brusque, já houve recusas de informações pelos os entrevistados alegarem que os recenseadores estão ligados a partidos ou políticos. A metodologia do Censo é pautada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Contatos:
Site do IBGE: respondendo.ibge.gov.br
Telefone com WhatsApp: (47) 3351 2688