Cerca de 3 mil pessoas visitaram a 16ª Exposição de Orquídeas e Bonsais de Guabiruba
Evento ocorreu neste final de semana, no Salão Cristo Rei, no Centro
Entre orquídeas, bromélias, cactos, suculentas e bonsais, o Salão Cristo Rei, no Centro de Guabiruba, foi o local escolhido para a exposição de inúmeras flores e plantas ornamentais. Dos dias 14 a 16, a 16ª edição da Exposição de Orquídeas e Bonsais de Guabiruba contou com a presença de expositores de Brusque, Palhoça, Porto Belo e Tijucas, que trouxeram entre 700 e 800 flores para a mostra.
Valdecir Baumgartner, membro da diretoria da Associação Brusquense de Orquidófilos e Amadores de Plantas Ornamentais (Abapo), entidade organizadora do evento, comemora o movimento na exposição: “Está sempre cheio, acreditamos que em torno de três a quatro mil pessoas passaram por aqui”.
O carro-chefe do evento, segundo um dos associados da Abapo, João Carminatti, é a espécie Cattleya intermedia, que tem maior floração exatamente nesta época do ano. “É uma planta muito apreciada pelos orquidófilos, somos grandes amantes dessa flor. Ela é da região Sul do Brasil e também temos variedades que passaram por melhorias genéticas”, conta.
Além da principal flor da mostra, outras espécies do gênero também puderam ser apreciadas pelos visitantes. Carminatti estima que 28 variedades da orquídea Cattleya foram expostas no evento, entre espécies nacionais e estrangeiras.
“As flores estrangeiras que temos aqui se adaptaram bem ao nosso clima, que é mais tropical. As que tivemos mais dificuldade são as plantas que preferem altitude, e na região estamos mais ao nível do mar”, explica o orquidófilo, que já cultiva orquídeas há cerca de 18 anos e possui cerca de 5 mil flores em casa.
Cruzamentos genéticos
Muitas das flores expostas são resultados de cruzamentos genéticos, feitos para melhorar as plantas nativas. A própria Cattleya intermedia, por exemplo, passou por modificações, e é possível identificar quais são as flores naturais e quais são as geneticamente modificadas através das cores e do tamanho das pétalas.
“Escolhe-se flores com melhor postura para cruzar com outras de boa postura também, e é possível conseguir pétalas de até cinco centímetros de largura”, diz Carminatti. O processo de reprodução das orquídeas é feito em laboratório no município de Gaspar, por um associado da Abapo. As flores podem demorar de quatro a seis anos – ou até mais – para florirem pela primeira vez.
As plantas híbridas, como são chamadas estas que passam pelas mudanças genéticas, costumam ter um colorido exuberante, sendo bastante utilizadas para ornamentação. Quanto mais cores a flor tiver, maior o número de cruzamentos feitos – o que também diminui o tempo de vida delas, pois se tornam mais sensíveis e têm mais dificuldade de se adaptar aos diferentes tipos de clima.
Fransua Albino da Silva, de Tijucas, é integrante da Associação Orquidófila de Tijucas (AOT) e faz parte da comissão julgadora. Ele tem 24 anos e começou a se interessar por flores ainda muito cedo, com 10 anos de idade. “Comprei uma muda numa exposição na cidade e quis entender como cuidar. Hoje tenho uma estufa, devo ter umas 4 mil plantas. Cada broto que sai é uma alegria.”
De caráter competitivo, a exposição já abre com as flores vencedoras expostas separadamente. São eleitos o primeiro, segundo e terceiro lugar de diversos grupos, divididos por espécie, nacionalidade, tipos híbridos, entre outros.
Outras atrações
Pela primeira vez junto à exposição de flores, ocorreu a exposição de pequenos animais, que normalmente é organizada pela Prefeitura de Guabiruba na Festa da Integração, que não foi realizada este ano devido à greve dos caminhoneiros. Estavam à venda galinhas, galos e até mesmo porquinhos da índia, que atraíram muitos visitantes.
Além dos animais, orquidários de Içara, Ilhota e Palhoça estavam presentes no lado externo do salão, realizando a venda de plantas e oferecendo orientações para quem quisesse adquirir uma muda e passar a cultivar orquídeas e outras flores.