Nos últimos anos, depois de passar por um cenário difícil como muitos países devido à Covid-19, o Brasil vem recuperando gradativamente seu potencial turístico, que não se traduz apenas em números e estatísticas, mas nas histórias de milhões de pessoas que visitaram a nação.

Número de turistas estrangeiros se equipara ao período pré-pandêmico

Se for feita uma comparação com o período de janeiro a outubro de 2022, as chegadas de turistas ao Brasil foram 74% maiores em 2023, devido à chegada de 4,78 milhões de estrangeiros. Somente em outubro do ano passado, quando os últimos números oficiais estavam disponíveis, foi registrada a chegada de 410 mil visitantes internacionais. O número é semelhante ao período pré-pandemia, ou seja, outubro de 2019, quando 413 mil pessoas chegaram.

“Estamos em um momento muito positivo no setor de turismo. Sem dúvida, nos aproximaremos aos níveis históricos anteriores à pandemia. Em termos de arrecadação, provavelmente encerraremos o ano com um recorde histórico. “, disse o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

Ele também disse que esses números demonstram o potencial turístico que existe no país e estimou que 2023 fechará com números próximos a 6 milhões até o final do ano.

Argentina é o país que mais “exporta” turistas para o Brasil

Em relação aos principais visitantes estrangeiros ao Brasil no ano passado, como de costume, a Argentina liderou o pódio com 1,51 milhão de turistas. Em seguida, vieram os Estados Unidos, com pouco mais de 483.000 visitantes, seguidos pelo Chile e pelo Paraguai, ambos com pouco mais de 311.000 turistas.

PRINCIPAIS VISITANTES ESTRANGEIROS

Turismo recorde não evita déficit na balança

Em outubro de 2023, de acordo com declarações de Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, houve um crescimento notável tanto nas receitas quanto nas despesas com viagens internacionais. Apesar desse aumento, o déficit de viagens continua abaixo dos níveis pré-pandêmicos, revelando uma dinâmica complexa nas perspectivas econômicas.

Rocha destacou que, embora o saldo líquido de viagens ainda não tenha se recuperado, as receitas atingiram níveis recordes devido à superação dos valores pré-pandêmicos nas chegadas de turistas ao Brasil. Essa tendência se manteve ao longo do ano, marcando uma mudança significativa no setor de turismo.

Além disso, de acordo com dados previamente publicados pelo Banco Central, a conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 679 milhões em outubro do ano passado, refletindo a diferença entre os gastos de brasileiros no exterior e a renda gerada por estrangeiros no Brasil. Em comparação com outubro de 2022, esse déficit representou um aumento de US$ 26 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais em outubro foi impulsionado principalmente pelos gastos brasileiros no exterior, que totalizaram US$ 1,329 bilhão. Em contrapartida, os estrangeiros gastaram US$ 650 milhões em viagens ao Brasil durante o mesmo período.

Enquanto isso, no acumulado do ano de 2023, o saldo líquido da conta de viagens foi negativo, ficando em USD 6.637 milhões. Esse resultado, apesar de refletir um déficit, mostra um aumento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o déficit foi de USD 6,017 bilhões.

Um olhar mais atento revela que os brasileiros gastaram um total de US$ 7,1 bilhões em viagens internacionais durante o primeiro semestre de 2023, marcando um aumento significativo de 18,4% em comparação com o mesmo período de 2022. Esses gastos representam o valor mais alto desde 2019 para esse período.

Enquanto isso, em junho de 2023, os brasileiros continuaram a mostrar uma tendência de aumento em seus gastos com viagens internacionais, atingindo US$ 1,4 bilhão, o que representou um aumento de 18,4% em comparação com o mesmo mês de 2022, marcando o maior gasto para o mês de junho desde 2019. Esses dados destacam uma recuperação sustentada nos gastos dos brasileiros no exterior e podem indicar maior confiança no ambiente econômico.

DESPESAS DE BRASILEIROS NO EXTERIOR

Em resumo, a situação econômica em termos de viagens internacionais no Brasil mostra uma dualidade intrigante: um aumento nas receitas do turismo, mas com um déficit persistente na conta de viagens. Esses dados sugerem uma mudança na dinâmica da economia do país, com implicações tanto para o setor de turismo quanto para a balança comercial. Nesse contexto, os empréstimos pessoais podem ser uma opção para aqueles que buscam financiar suas viagens internacionais.

Destinos turísticos preferidos no país

Com referência aos destinos preferidos pelos turistas brasileiros, uma pesquisa do Instituto QualiBest revelou informações valiosas. As capitais do Sudeste, especificamente São Paulo (24%), o Rio de Janeiro (17%) e Belo Horizonte (13%), lideraram a lista das cidades mais visitadas. Florianópolis, Salvador e Fortaleza também estão entre as cidades mais procuradas.

Essa análise, baseada em mais de 3.700 entrevistas realizadas entre junho e agosto de 2023, mostrou que cerca de 35% dos entrevistados afirmaram ter viajado para fora de seus estados nos últimos 12 meses. A perspectiva para os próximos 12 meses sugere um aumento substancial, com 62% dos entrevistados planejando viajar, com ênfase na Geração X (66%) e na Classe A (86%).

Em termos de destinos desejados para 2024, o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador lideram a lista, com 21%, 18% e 17%, respectivamente. Eles são seguidos de perto por Fortaleza (16%) e Florianópolis (15%). A gerente de Serviços e Planejamento do Instituto QualiBest, Fábia Duarte, ressalta que, apesar da região Nordeste do Brasil ser um destino importante, muitos viajantes ainda não o exploraram completamente.

LUGARES FAVORITOS PARA VIAJAR NO BRASIL

Brasil pode atingir 6 milhões de visitantes estrangeiros este ano e voltar ao nível pré-pandemia

As expectativas para a atividade turística nacional são promissoras, indicando uma trajetória ascendente para o setor.

Mês a mês o setor de turismo mostrou leves, porém progressivos números ascendentes. Dados mais recentes, divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indicam que no mês de setembro de 2023, este setor movimentou mais de R$ 38 bilhões.

De acordo com a pesquisa da IPC Maps, se espera que o setor de turismo nacional movimente mais de R$ 82,7 bilhões até o fim do ano. O valor representa um aumento de 9,6% em relação a dezembro do ano passado, quando a arrecadação do setor chegou a R$ 75,5 bilhões. Nesta pesquisa são incluídos os gastos que os turistas fazem em passagens (de avião e de ônibus), hospedagem, alimentação, combustível para circular no destino e os pacotes das excursões ou das atividades que podem ser realizadas.

Com essas perspectivas positivas e a diversidade de opções, o futuro do turismo no Brasil promete continuar cativando os exploradores em busca de novas aventuras, cenário que ajudaria muito o país em vários aspectos, principalmente na esfera econômica.

Atribuição de créditos

Editora: Analista Melisa Murialdo Fontes de Informação: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Comparador de produtos financeiros OMT, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Banco Central do Brasil (BC), Ministério de Turismo, Instituto QualiBest