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Cerca de 60% dos notificados com hepatite não realizam acompanhamento em Brusque

Como a doença é assintomática, SAE acredita que muitos diagnosticados esquecem de buscar assistência

Brusque possui, desde 1994, quando foi iniciado o serviço de notificação das hepatites virais no município, 1.133 pacientes diagnosticados com hepatites tipos B e C, dos quais 50 foram identificados em 2017 e 46 no ano anterior. Porém, apenas 62,7% das pessoas portadoras da doença realizam acompanhamento ou tratamento.

A enfermeira responsável pelo Serviço de Atendimento Especializado (SAE) da Secretaria Municipal de Saúde, Elaine Weirich, afirma que as hepatites mais comuns em Brusque são as virais tipo B e C, transmitidas especialmente por meio de contato com sangue contaminado e relações sexuais.

No ano passado, 18 pacientes trataram e estão curados da hepatite C. Em 2016, foram 15. Hoje, há 157 pacientes em acompanhamento da hepatite C e 389 da hepatite B. 71 pacientes estão tratando hepatite B. O tratamento é necessário nos casos em que o diagnóstico é fechado como hepatite crônica e quando o portador do vírus se encaixa nos critérios de tratamento impostos pelo Ministério da Saúde.

O ministério oferece, desde o ano passado, tratamento para todos os pacientes diagnosticados com hepatite C, independentemente do grau de avanço da doença.

Segundo Elaine, nem todas as pessoas portadoras de Hepatite B e C têm critérios para tratamento. “Quando não têm, são orientadas a fazer acompanhamento no SAE, que é um serviço de referência, por meio de consultas e exames a cada seis meses”.

“Com isso, podemos avaliar a necessidade de tratamento antes que o fígado já esteja prejudicado.” Para a enfermeira, o maior problema que o SAE enfrenta é que, como a maioria dos diagnosticados não apresentam sintomas, “acabam esquecendo ou não dando importância a este acompanhamento”.

Pacientes que já trataram hepatite C e estão curados

Diagnóstico e tratamento
Normalmente, a hepatite é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, e o diagnóstico é realizado por meio de exames específicos para cada tipo de vírus. Para identificar a doença, é necessário fazer exames de sangue o ou teste rápido, que é fornecido nas unidades de saúde e apresenta os resultados em menos de 30 minutos, com base em amostra de sangue ou de fluido oral.

“Por ser assintomática, muitas pessoas recebem um diagnóstico tardio e o fígado já está prejudicado, muitas vezes já com cirrose ou câncer de fígado”, explica Elaine. Quando há sintomas, os mais comuns são dor abdominal, urina escura, fezes brancas, perda de apetite, cansaço, náuseas e vômito, pele e olhos amarelados, informa a enfermeira.

O tratamento é feito com medicamentos via oral, fornecidos pelo Ministério da Saúde, se o paciente for aprovado pela Secretaria Estadual de Saúde. Após aprovado o processo, a medicação é encaminhada para a farmácia do SAE e fornecida mensalmente ao solicitante.

O SAE de Brusque realiza ações de prevenção às hepatites por meio de educação em saúde nas empresas e outras instituições. “Fornecemos insumos como preservativos masculino e feminino, gel lubrificante e materiais informativos. Para hepatite B, também existe a vacina como forma de prevenção. Realizamos campanhas de testagem rápida, fazendo exames de HIV, sífilis, hepatite B e C, nas quais oportunizamos as pessoas diagnósticos precoces”, diz Elaine. Todas as unidades de saúde do município oferecem o teste rápido à população.