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Cesta básica em Brusque custou quase 40% do salário mínimo em 2017

Mês mais caro foi abril, quando o preço médio foi R$ 398,42

A cesta básica em Brusque custou, em média, R$ 375 em 2017, ou seja, 40% do salário mínimo vigente no ano, R$ 937. O mês mais caro foi abril, com o preço de R$ 398,42, e o mês mais barato foi novembro, com R$ 355,59. Os números são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Cidade de aproximadamente 130 mil habitantes, Brusque têm o valor da cesta básica semelhante ao de capitais como Goiânia, Belo Horizonte e Belém. O economista José Álvaro Cardoso indica que a principal causa é a escassez na variedade de ofertas. “O principal fator é a oligopolização da oferta. São poucos vendedores no varejo, levando a uma ‘combinação’ de preços de venda. É o que o oligopólio causa”.

Os itens que mais pesaram foram a carne e o pão, valendo 42,53% e 15,73%, respectivamente, do total da cesta em dezembro. “É normal, o peso da carne fica sempre entre 35% e 40% na cesta básica. O pão também pesa porque está em todas as mesas dos brasileiros e o Brasil importa a matéria-prima”, explica.

Na média dos 12 meses de 2017, o salário mínimo ideal para comprar a cesta básica seria de R$ 3.744,50. O cálculo é feito a partir da cesta básica mais cara do Brasil no mês, projetando para o consumo de uma família de quatro pessoas. Então, o cálculo final é feito a partir do peso da alimentação no custo de vida das famílias. O Dieese faz o cálculo baseado na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Cardoso prefere não arriscar previsões específicas referentes à expectativa para 2018 porque, como a cesta básica é composta por poucos itens, qualquer queda ou aumento mais bruscos pode alterar o preço radicalmente.  “De qualquer forma, a tendência é aumentar um pouco [o preço] porque a economia brasileira apresentará um pequeno crescimento neste ano”.

Em janeiro de 2018, a cesta básica brusquense passou a custar R$ 369,19, o maior valor desde agosto. “Preocupa um pouco, especialmente porque a cesta básica estava em trajetória de queda. Como o crescimento é muito baixo, e não há previsão de uma quebra forte da safra agrícola, não há motivo para alarme”.

De acordo com os relatórios do Dieese, o trabalhador brusquense que recebe salário mínimo precisou, em média, de 86h41 de trabalho para adquirir uma cesta básica. Seriam aproximadamente 10,5 dias de trabalho, em jornadas de 8h.

Itens da atual cesta básica
Açúcar (3,0kg)
Arroz (3,0kg)
Banana (7,5 dúzias)
Batata (6,0kg)
Café (0,6kg)
Carne (6,6kg)
Farinha de Trigo (1,5kg)
Feijão (4,5kg)
Leite (7,5l)
Manteiga (0,75 kg)
Óleo (1,08 l)
Pão (6,0kg)
Tomate (9,0kg)