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Cesta básica de Brusque fechou 2018 com alta de 12%

Em dezembro, brusquense gastou, em média, R$ 400,94 para comprar os itens que compõem a cesta

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que a cesta básica de Brusque apresentou um aumento de 12,63% no acumulado dos últimos 12 meses.

O supervisor técnico do escritório regional do Dieese, José Álvaro de Lima Cardoso, afirma que o aumento é bastante significativo, principalmente porque a inflação do período fechou em menos de 4%.

De acordo com ele, a grande alta pode ser reflexo da elevação do preço de algum dos alimentos que compõem a cesta básica. “São apenas 13 produtos que compõem a cesta e a elevação de qualquer um deles pode levar a esse tipo de coisa. Algum problema de oferta”, diz.

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Cardoso destaca que a carne tem um peso muito grande na cesta básica e, geralmente, é ela que costuma puxar a alta. “O peso dela na cesta chega a quase 40%. Dependendo do comportamento deste item, é observada a alta”, explica.

A greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado, também pode ter sido um fator para este grande aumento nos últimos 12 meses.

“Acredito que foi um fator que contribuiu, ainda que não tenha influenciado significativamente na inflação do ano. A greve pode ter contribuído, mas não foi decisiva para este grande aumento. Acredito que foi um desequilíbrio entre oferta e procura.”

Para Cardoso, a elevação em mais de 12% na cesta básica em 2018, é bastante preocupante.

“O Brasil está num momento de baixo crescimento, não tem aumento da demanda em nenhum setor, e uma elevação de 12% é muito grave. Se estivéssemos em momento de geração de empregos, economia acelerada, não seria tão grave, mas é justamente o inverso.”

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O supervisor técnico lembra que a cesta básica é calculada para as necessidades de apenas uma pessoa adulta. No mês de dezembro, a cesta básica de Brusque fechou em R$ 400,94 – uma queda de 0,35% em comparação com novembro -, mas ainda assim, um valor considerado muito alto para Cardoso.

“É um absurdo. O trabalhador deveria gastar 5% da sua renda com alimentação e não quase metade. Hoje podemos dizer que o trabalhador trabalha para comer.”

Em dezembro, para adquirir os produtos que compõem a cesta básica, o brusquense precisou trabalhar pouco mais de 92 horas. O salário mínimo ideal, aponta o estudo, seria R$ 3,9 mil, bem diferente dos R$ 998 que passam a vigorar neste ano.