Churrasco, cachorro-quente e bolos: conheça quem está por trás da gastronomia típica da Festa de Maio em Brusque
No evento da Comunidade Luterana, equipes atuam em setores separados e carregam consigo mais de 20 anos de história e voluntariado
No evento da Comunidade Luterana, equipes atuam em setores separados e carregam consigo mais de 20 anos de história e voluntariado
A tradicional Festa de Maio da Igreja Luterana de Brusque iniciou neste sábado, 20, no Centro Evangélico no Centro da cidade. Aos poucos, muitas famílias e amigos lotaram o local, que oferece opções gastronômicas, como o tradicional churrasco de filé-duplo, o procurado cachorro-quente de festa e diversos tipos de bolos.
Ao entrar no Centro Evangélico, o primeiro espaço é da equipe que prepara o cachorro-quente de festa brusquense. Cada unidade do lanche, que conta com duas linguicinhas, sai por apenas R$ 6.
Uma das integrantes da equipe é a moradora do bairro Primeiro de Maio, Ana Maria Haacke Branco, de 60 anos de idade, que não para por nenhum minuto de montar o cachorro-quente. Ao lado dela trabalha o marido, José Moacir Branco, 52.
Ele conta que a família carrega uma longa história de dedicação no preparo da saborosa comida típica. “A família da minha esposa está há quase 60 anos fazendo o cachorro-quente aqui. Veio da mãe dela, tio e irmão. E, há 23 anos, nós [o casal] começamos a fazer, de forma totalmente voluntária, toda a Festa de Maio. Fazemos o cachorro-quente do zero, desde descascar o tomate até montar o lanche”, relata.
É um trabalho árduo. Conforme José, eles começaram a trabalhar às 8h deste sábado e seguiram até a meia noite. No fim de semana, é esperado vender 5 mil cachorros-quentes, ou seja, são 10 mil linguicinhas cozinhadas durante os dois dias.
“É feito tudo na hora. É cozida a linguicinha, é retirada a gordura, e montado o pão na hora, para não umedecer. A receita é diferenciada, o molho é sem corante, apenas com temperos naturais”, detalha.
O cachorro-quente de festa conquista o paladar do público da festa. Entre eles, está o morador do São Luiz, Marcelo Bauer, 36. De lá, ele saiu com 12 unidades, sem contar o churrasco típico para toda a família.
“A janta está feita. A família está acostumada, sou ex-aluno do Cônsul, minha mãe foi professora ali, então todo ano viemos prestigiar a Festa de Maio. A família curte muito, churrasco e cachorro quente de festa não tem erro”, conta.
Mais a frente, está a churrasqueira da Festa de Maio. Por lá, voluntários também trabalham no preparo do churrasco de filé duplo. De acordo com o líder do grupo, Adilson Michel, 57, são 18 ajudantes na equipe.
“Fazemos tudo aqui na hora, esprememos o limão aqui, cortamos a cebola aqui, tudo feito pela gente. O domingo é o forte do churrasco, deve sair uns 900”, aponta.
Segundo o morador do Souza Cruz, o trabalho no tempero das carnes começou na sexta-feira, 19. São mais de 1,5 mil peças a serem assadas neste fim de semana. “É um trabalho, mas tem um chopinho guardadinho lá para nós”, diz com uma risada.
Adilson trabalha na festa há 23 anos e o voluntariado vem de berço: o pai trabalhava na festa também. E, ali, o legado continua e o churrasqueiro é acompanhado do filho. “Estamos fazendo por amor”, conta.
Cada filé duplo sai por R$ 65. Conforme Adilson, a expectativa de venda de churrasco é ultrapassar os números de 2022, quando foram arrecadados R$ 40 mil. A organização pontua que todo o recurso arrecadado com o evento deste ano será usado para manutenção do patrimônio da igreja.
Os amantes de doce também contam com um espaço para lá de especial na Festa de Maio: a barraca dos bolos. O trabalho é dividido entre dez mulheres e uma delas é a moradora do Centro, Roseli Holz, de 60 anos.
“Os bolos são frutos de doações dos membros da comunidade. São cerca de 55 bolos neste ano, em 2022 foram 59 e todos foram vendidos. A expectativa é que neste ano também não sobre nada”, espera.
Além dos bolos de diversos sabores, a equipe também vende brigadeiros. Para agradecer pela compra, é oferecido um cafezinho como cortesia da casa, doado pela comunidade.
A sensação de doação e entrega é sentida pela equipe. Apenas Roseli trabalha na festa há quase 20 anos. “São muitas pessoas que são fiéis, trabalhamos com muito amor e carinho. É uma entrega, um dízimo que entregamos para Deus: o nosso trabalho”, finaliza.
O evento continuou neste domingo, 21, e contará com atrações musicais, brinquedos para as crianças e a roda da fortuna. Além disso, será realizado o culto com os festeiros, seguido pelo almoço com a venda de pratos quentes e churrasco. As bebidas (suco, refrigerante, cerveja e o chope) serão vendidas por R$ 6, o prato quente custará R$ 40.