Ciclista brusquense vai cruzar os Estados Unidos de oeste a leste em corrida

Cleyton de Souza disputa a Race Across America ao lado de Bernardo Kochen

Ciclista brusquense vai cruzar os Estados Unidos de oeste a leste em corrida

Cleyton de Souza disputa a Race Across America ao lado de Bernardo Kochen

O ciclista brusquense Cleyton de Souza se prepara para disputar em 15 de junho a Race Across America (RAAM), uma das principais competições no ciclismo de resistência do mundo, que terá início no pier de Oceanside, na Califórnia, Estados Unidos. O atleta compete na equipe Air Relax GoPro Team Brasil, com Bernardo Kochen, o Bado, de Curitiba, e a comissão de suporte com 11 membros. É a primeira vez que a dupla participa da prova.

O objetivo da dupla é terminar o trajeto de quase 4,8 mil quilômetros em sete dias. A grosso modo, é praticamente a distância de Brusque a Huaricanga, no Peru, segundo o Google Maps. O limite da prova nas modalidades de equipes é nove dias, mas, de acordo com a organização a maioria das equipes conclui em sete dias e meio. Os mais rápidos finalizam a prova em cinco dias.

“A estrutura conta com uma equipe profissional, incluindo parte médica, mecânica e de mídia. Seremos acompanhados por um motorhome e duas vans. Pretendemos revezar dia e noite, sem parar. É a prova mais difícil do ciclismo mundial”, explica o esportista de 38 anos.

Souza está confiante nos treinamentos que a equipe tem feito e afirma que quer buscar o pódio. A dupla faz um dia de treinamento com 10 a 12 horas na semana, e o restante dos dias tem entre quatro e cinco horas de atividades.

Ele aponta a dupla formada pelos franceses Evens Stievenart e Jean Luc Perez como a principal rival para a competição. Stievenart, por exemplo, já foi campeão das 500 milhas de Le Mans e campeão americano de 24 horas de ciclismo.

“Eles buscam quebrar o recorde da prova. Tudo pode acontecer, provas de longa distância podem ter problemas, e todos estão sujeitos a imprevistos, experientes ou não. Lembro que já tive que ajudar medalhista olímpico que passou mal, por exemplo”, relata. Outras oito duplas disputam a competição, com integrantes brasileiros, irlandeses, canadenses e britânicos.

A Race Across America é uma das principais corridas de resistência e um dos principais eventos de ciclismo no mundo, sendo realizado desde 1982. Diferentemente de competições como Tour de France, a Vuelta a España e o Giro d’Italia, a RAAM é uma prova contínua, sem dias de descanso.

A competição é aberta a profissionais e amadores, dividida em modalidades solo, duplas, quartetos e octetos. Apenas os ciclistas solo precisam passar por uma fase classificatória para chegar ao RAAM. Qualquer equipe pode se inscrever.

Corrida passa por 12 estados | Foto: 28RAAM/Divulgação

Por onde passa
O trajeto começa sobre o mar, no pier de Oceanside, na Califórnia, e termina na City Dock, em Annapolis, estado de Maryland, na costa leste dos Estados Unidos. São 3 mil milhas, ou seja, 4.828 km, passando por 12 estados: Califórnia, Arizona, Utah, Colorado, Kansas, Missouri, Illinois, Indiana, Ohio, West Virginia, Pensilvânia e Maryland. No trajeto original, percorrido em 1982, quatro pessoas disputaram corrida de bicicleta de Santa Monica, em Los Angeles, até o Empire State Building, em Manhattan, Nova Iorque.

Além de passar por diversos monumentos e marcos históricos, a longa corrida passa por verdadeiras maravilhas naturais, como a Sierra Nevada, as Montanhas Rochosas e os Montes Apalaches. Os ciclistas ainda cruzam os rios Colorado, Mississippi, Missouri, Ohio e as Grandes Planícies.

O ciclista
Nascido em Blumenau, Souza morou em Brusque desde os nove meses de vida e foi criado no bairro Santa Terezinha. Começou a praticar ciclismo em uma pista de BMX no bairro Jardim Maluche, mas seus contatos iniciais com o esporte foram com o atletismo no Colégio Cônsul, e chegou a disputar diversas competições. Parou de praticar esportes de rendimento ao se mudar para Itapema, trabalhando na construtora do pai.

Após a morte de sua mãe, em 2008, Souza jurou que retornaria ao esporte. Começou a voltar ao atletismo, disputando competições de menor circuito até chegar às principais competições de resistência e iniciar o ciclismo de alto rendimento. O ciclista mora em Miami desde 2016.

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