Os atletas brusquenses estão em alta no ciclismo nacional. O bom rendimento na Volta Futuro, realizada em São Carlos, fez com que três ciclistas do município fossem convocados para defender a Seleção Brasileira na categoria Junior da Volta da Juventude – competição tradicional do circuito Sul-Americano que será realizada no Uruguai.
A disputa estava prevista para começar na segunda-feira (28) e iria até o dia 3 de fevereiro, mas foi adiada por causa de um forte temporal que atingiu o interior do país-sede. A competição agora será disputada entre o dia 23 de fevereiro e 1º de março.
Os atletas brusquenses que representaram a seleção são: Áquila Roux, André Eduardo Gohr e Jean Carlos Baron. Este último é guabirubense, mas defende os interesses da Brucicle. Além deles, o técnico Eduardo Henrique Gohr foi chamado para dirigir a equipe brasileira. “É uma alegria defender os interesses do ciclismo em uma competição importante a nível Sul-Americano. Ficamos felizes de chegar neste patamar, principalmente os meninos que se empenharam para alcançar este objetivo”, destaca o treinador.
Gohr ressaltou o trabalho realizado que culminou com a convocação dos ciclistas da Brucicle. Ele lembrou ainda que enquanto muitas equipes precisam recrutar talentos de outros locais, o município está voltando a formar em casa uma geração vitoriosa de atletas. “Tivemos o Márcio May que era forte na década de 80, e participou de duas Olimpíadas. O Murilo Fischer, que ainda compete na França, e o Soelito Gohr , bicampeão paraolímpico. É um trabalho de formação que estava esquecido e agora conseguimos resgatar. Hoje, temos uma comissão responsável por garimpar talentos”, afirma.
Especialidades
André Gohr é especialista no contrarrelógio. Áquila Roux possui uma chegada forte e Jean Carlos Baron é definido pelo treinador como um ‘passista’. “Ele é um cara que consegue manter um passo regular em um ritmo constante durante toda a prova”, destaca.
De acordo com o treinador, todos os três ciclistas convocados têm condições de servirem a seleção brasileira nas Olimpíadas dos próximos anos. “Talvez ainda não em 2016, porque estes atletas ainda estarão na faixa dos 20 anos e a formação física do ciclista é diferente de outros esportes”, explica.
Pratas da casa
A principal aposta entre os relacionados é André Gohr, filho de Eduardo, que também foi ciclista. O atleta vem se destacando nos torneios disputados na última temporada e já é considerado como uma das promessas do esporte.
Gohr é o atual bicampeão na prova contrarrelógio individual juvenil. “Este é o seu primeiro ano como júnior e ele começou com vitória na Volta Futuro em São Paulo”, destaca o pai e treinador, Eduardo Gohr.
Ele enfatiza ainda os trabalhos feitos pelos demais atletas convocados. “O Áquila Roux é outro nome que vem conquistando resultados expressivos e o Jean Carlos Baron também vem no embalo. Tínhamos ainda o Felipe dos Passos no ano passado. Ele vinha em uma crescente, mas teve um problema cirúrgico e está em fase de recuperação”, revela.
Destaques nas pedaladas ainda carecem de patrocínio
Os resultados são surpreendentes. Mesmo assim, a equipe de ciclismo de Brusque ainda possui algumas dificuldades. A principal delas são os patrocínios. A falta de uma estrutura adequada fez com que na última Volta Futuro os ciclistas da Brucicle tivessem que competir representando a equipe de Criciúma.
“É uma cidade maior e com uma arrecadação mais alta. As possibilidades de investimentos e repasses para os atletas também são melhores. E a estrutura de equipe influencia para o rendimento do ciclista”, explica Eduardo Gohr.
De acordo com ele, existem conversas com a prefeitura para auxiliar parcialmente os atletas. O treinador ressalta ainda que a Brucicle deve manter contatos para ampliar a participação da iniciativa privada no custeio aos ciclistas, mas que esse ainda é um projeto para longo prazo. “Estamos negociando com a prefeitura e Secretaria de Esportes para quem sabe viabilizar isso aqui. Mas vejo que não é por falta de interesse. São situações distintas, Criciúma tem um poderio financeiro maior do que Brusque”, relata.
Ainda de acordo com Gohr, os atletas do município hoje possuem uma estrutura de treinamentos cerca de 60% inferior à equipe do Sul do Estado. “Estamos caminhando, quem sabe a gente ainda chegue neste patamar, mas hoje estamos bem atrás, não só em relação à parte financeira, mas de equipe. A estrutura em Criciúma é bem maior do que aqui”, complementa.