Cidade é tomada pelo ronco das motocicletas, no Brusque Motorcycle
Mais de 20 mil apaixonados por duas rodas se reuniram no pavilhão de eventos durante quatro dias
Durante quatro dias, Brusque ficou tomada pelo som quase ensurdecedor das motocicletas. De quinta-feira, 9, até ontem, foi realizado no pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof mais uma edição do Brusque Motorcycle – Encontro Sul-Americano de Motociclistas, que reuniu mais de 20 mil pessoas.
O evento gerou aproximadamente R$ 4 milhões em negócios. O frio neste ano espantou um pouco do público durante as noites, mas de dia, as atrações fizeram sucesso até mesmo para quem não é tão aficcionado por motos. Foram manobras radicais, exposição de motocicletas e acessórios, shows de rock e a grande novidade do ano, o bar nas alturas.
Na tarde de sábado e domingo, os shows de wheeling foram comandados pelo grupo Arte e Domínio, de Curitiba, e grupo oficial Pro Tork. Já o desafio Freestyle ficou por conta do piloto Elton Becker e do brusquense Pablo Ristow. Para os organizadores Rafael Walendowsky e Jacson Jasper, o evento cresce a cada ano. Nesta 4ª edição, as bandas de rock também foram destaque.
“Para próxima edição já estamos preparando outras novidades. E, ao final deste evento, passamos a trabalhar em cima do ano que vem”, afirma. Jasper diz que ainda não fecharam data para o evento de 2017, mas que deverá acontecer em maio. “Esse é o mês oficial do evento, mas como neste ano o feriado de Corpus Christi foi mais cedo, e em maio, tivemos que alterar para junho”, informa.
O Brusque Motorcycle reuniu amantes das duas rodas de vários estados do país. Entre os principais, Rio de Janeiro, Brasília, Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Além disso, o evento também recebeu a visita de alguns motociclistas da Argentina. Para Walendowsky, o evento movimenta a economia não somente no pavilhão, mas em toda a cidade e região.
“Nossos hotéis ficaram praticamente lotados e nossos shoppings estavam cheios durante todo o fim de semana”, diz. O empresário de Florianópolis Luis Alberto Vanin, 26 anos, esteve pela primeira vez no Brusque Motorcycle. Ele soube do evento por meio da indicação de um amigo, e mesmo em meio ao frio, decidiu conferir de perto.
O casal Herivelton de Oliveira, 43, e Elisa Vicente, 50, veio de Balneário Camboriú para prestigiar o evento. Eles costumam participar de eventos em outras cidades, e são verdadeiros amantes das motos.
Também pela primeira vez no encontro, o administrador Ari de Souza Junior, 43, e a professora Adrielly Silva, 25, acharam a organização do evento excepcional. “Desde o momento que chegamos, não vimos nenhum tipo de tumulto, e isso traz uma segurança para a gente”, diz Adrielly. A intenção do casal é de que no próximo ano possam acompanhar o evento no sábado, quando o movimento de motociclistas é maior.
Os brusquenses Matheus Diegoli, 23, e a namorada Amanda Fidelis, passearam pelo pavilhão durante a tarde de ontem. Apesar de serem apenas expectadores do evento, o educador físico diz que conseguiu sentir o espírito aventureiro. “Muito legal, até este ano parece que teve mais atrações do que ano passado e também foi mais divulgado”.
O operador de máquina Rubenito Carneiro Soares, 31, é um apaixonado por motos, junto com a esposa Sandra Casperini, 37, já passearam por diversas cidades do estado. Pela segunda vez, eles visitam o evento de Brusque, e mesmo sendo no último dia, já com menos pessoas, afirmam que é um evento fascinante.
Bons negócios
Dentro do pavilhão, os expositores conseguiram fazer bons negócios. A loja R13 Bikes, de Porto Alegre, participa pela nona vez do Brusque Motorcycle. Segundo o gerente Jô Adriano, 28, a loja é itinerante, ou seja, trabalha apenas em eventos de motos em toda a América Latina. Adriano revela que os eventos de motos, em geral, tiveram uma decadência neste ano devido à crise que o país enfrenta. Porém, em Brusque, garante que foi uma exceção. “Tivemos uma queda nas vendas em relação aos outros anos, mas conseguimos fazer bons negócios”, diz.
O proprietário da loja Street Bike, Eduardo Licht Azevedo Soares, 59, de Franca, em São Paulo, expôs pela segunda vez no evento. Para ele, este ano menos pessoas compareceram ao evento, e acredita ser, realmente, devido ao frio. “Ontem à noite (sábado) fez muito frio. Vou apelidar Brusque de terra do pinguim”, brinca. Mesmo com a freada nas vendas neste ano, Soares acredita que voltará no próximo ano, até mesmo por gostar bastante da organização do evento, e pelo local ser propício para as vendas.
Evento visto de cima
Neste ano, o Brusque Motorcycle teve uma grande novidade, com a presença do Bar nas Alturas. O projeto criado pelo casal brusquense Jerrey Enck, 46, e Rosangela Simão, 31, iniciou neste ano, e teve a primeira participação na Festa Nacional do Jeep, a Fenajeep.
Rosangela conta que já havia visto um semelhante em outras cidades e tiveram a ideia de trazer para Brusque. Agora, pretende participar de eventos pela região. O bar, a princípio, é normal. Tem um balcão central e banquetas ao redor, com cobertura, iluminação e som ambiente. O local foi projetado para que até 16 pessoas possam ser acomodadas, além de mais dois barmans.
O diferencial, é que quando as pessoas entram, são presas no balcão por um cinto abdominal e mosquetões. Após estarem completamente seguras, o bar começa a subir, içado por um guindaste, há uma altura de 40 metros, equivalente a um prédio de 14 andares. Lá em cima, as pessoas tem dez minutos para beberem e apreciarem a vista.