X
X

Buscar

Cidades da região têm retomada na geração de empregos

Foram admitidas 158 pessoas nos dois primeiros meses do ano, em Guabiruba

O primeiro bimestre do ano apresentou saldo positivo de 158 empregos gerados em Guabiruba. Na comparação com o mesmo período de 2016, o resultado é 295% maior. As estatísticas constam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), recentemente divulgado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Apesar do resultado positivo, o economista Eduardo Guerini afirma que é preciso relativizar. Segundo ele, a divulgação antecipada do Caged tem o objetivo de criar uma agenda positiva para o país, no entanto, a geração de empregos ainda não deve decolar.
O saldo de empregos, que á diferença entre demitidos e admitidos, foi de 40 postos de trabalho no primeiro bimestre de 2016, quando a crise já estava no seu auge.

Praticamente todos os municípios do país registraram números negativos ou muito baixos naquele período. Em 2015, também no primeiro bimestre, a geração de vagas em Guabiruba teve saldo de 50.

Segundo o Caged, o cargo para o qual mais pessoas foram contratadas foi alimentador de linha de produção. Isso demonstra que a indústria teve uma leve sobrevida. Ainda na lista dos principais cargos aparecem operador de máquina, tecelão, almoxarife e auxiliar de escritório.

O cadastro do Ministério do Trabalho também revela que os salários tiveram leve aumento em relação àquilo que era pago aos funcionários recém-admitidos nos primeiros meses de 2016. A remuneração de um alimentador de linha de produção, hoje, é de R$ 1,1 mil, diante de R$ 967, no ano passado.

De volta a 2015
Os números do Caged para Brusque demonstram que a cidade está, aos poucos, voltando a respirar. Foram gerados 890 empregos no primeiro bimestre. Em 2016, foram 496, quase metade. E em 2015, o saldo foi de 884.

De acordo com o cadastro de empregados e desempregados, as empresas do município demitiram 3,5 mil pessoas, e em contrapartida contrataram 4,4 mil.

Guerini, que também é professor na Univali, diz que o resultado positivo já era esperado. “É uma agenda positiva do governo demonstrando que há recuperação, mas é uma sazonalidade”, diz.

Em outras palavras, o economista avalia que o bom retrospecto de empregos em Santa Catarina é momentâneo. Faz parte de um movimento natural no mercado de trabalho. Muitos professores são admitidos nas redes de ensino nessa época, lembra Guarini, o que tem impacto nos números.

Estado é destaque
Santa Catarina continua a ser destaque na geração de empregos. Segundo o Caged, foram gerados 26,1 mil postos de trabalho nos dois primeiros meses do ano. Apesar do resultado positivo, Guerini diz que o estado ainda precisa de tempo para se recuperar.

“No acumulado dos últimos 12 meses, foram fechados 20 mil postos de trabalho em Santa Catarina”, afirma. Segundo Guerini, uma análise mais profunda dos números revela que as empresas demitiram mais do que admitiram nos últimos meses, o que praticamente invalida o saldo positivo do primeiro bimestre de 2017.


“Investimentos ainda estão retraídos”
O caminho para que a economia volte ao pleno emprego passa, necessariamente, pela confiança do empresariado, diz o economista Eduardo Guerini. Ele avalia que os empregadores ainda estão receosos com o futuro do país, sobretudo por causa da instabilidade política causada pela Operação Lava Jato, por isso ainda não investem como antes da crise.

“Não existe agenda positiva, e é provável que tenha um resultado ruim em março”, diz. “Os investimentos ainda estão retraídos”, completa. O especialista acredita que o país só criará empregos quando o governo e as empresas voltarem a investir.


Botuverá
O pequeno município registrou saldo positivo no primeiro bimestre do ano pela primeira vez nos últimos três anos. Segundo o Caged, o saldo neste ano foi de 17 postos de trabalho a mais. O pior resultado ocorreu em 2016, 96 empregos foram fechados. E em 2015, a balança fechou em cinco negativos.