Ciro Roza deixa oficialmente o PSB de Brusque
Saída do político gera efeito cascata e movimenta cenário eleitoral em Brusque
Saída do político gera efeito cascata e movimenta cenário eleitoral em Brusque
O ex-prefeito Ciro Roza comunicou oficialmente a sua saída do PSB em reunião da executiva municipal nesta terça-feira, 2. Principal liderança do partido em Brusque, o político negocia com o Podemos.
A informação da desfiliação de Ciro é confirmada pelo presidente do diretório municipal, Dagomar Carneiro. Ele afirma que o ex-prefeito foi quem chamou a reunião, já com o objetivo de informar a todos que não faz mais parte da agremiação.
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“Ele falou que provavelmente vai formar o Podemos”, diz Carneiro. A saída do ex-prefeito mexe com as bases pessebistas na cidade.
As raízes do PSB em Brusque não são profundas. O partido foi formado há poucos anos pelo ex-prefeito já com vista às eleições.
Os nomes historicamente ligados a Ciro Roza passaram para o PSB, como José Zancanaro e Dagomar Carneiro, que já haviam assinado ficha em outras legendas.
Zancanaro, presidente da Câmara de Vereadores, e Gerson Morelli, o Keka, vereador, devem continuar no partido pelo menos até abril. “Eu e o Keka temos mandato e vamos esperar até a janela de abril”, diz Zancanaro.
O presidente da Câmara também avalia sua posição dentro do partido. Zancanaro diz que quando o viés do PSB era mais central quando ele foi formado em Brusque.
Entretanto, ultimamente a executiva nacional tem adotado uma política cada vez mais à esquerda. “Nós não somos de esquerda”, declara o vereador.
Keka afirma que pretende esperar a janela, até para não incorrer em infidelidade partidária. Contudo, ele sinaliza que deve deixar as fileiras do PSB brusquense, pois, na sua visão, a legenda está dividida.
Os dois vereadores do PSB e o presidente Dagomar Carneiro dizem que devem ficar, mas Zancanaro admite que a sigla deve perder força. “Provavelmente, ele vai ter seguidores”.
Podemos
O ex-prefeito foi procurado pela reportagem para comentar a sua desfiliação, mas não foi possível contatá-lo. Anteriormente, em entrevista ao jornal O Município, ele havia falado de sua negociação com o Podemos.
O Podemos é o antigo PTN. Na última eleição, o candidato da legenda foi Álvaro Dias. Em Santa Catarina, o partido não tem representação relevante, mas negocia com Paulo Bornhausen.
A ida de Bornhausen para o Podemos explica o interesse de Ciro Roza. O ex-prefeito tem ligação forte com ex-deputado federal catarinense.
O prefeito Jonas Paegle não participou da reunião do PSB de terça-feira. O motivo é simples: não foi convidado.
O presidente Dagomar Carneiro diz que quem convocou a reunião partidária foi Ciro Roza. Ele acrescenta que houve um “distanciamento do Ciro do prefeito”, por isso Paegle não foi convidado.
A ausência do prefeito é simbólica sobre o seu isolamento dentro do partido. Ele foi eleito com o apoio de Ciro Roza, mas eles se desentenderam e hoje o ex-prefeito não tem mais participação direta no governo.
Questionado na manhã desta quarta-feira, 3, sobre os rumos do PSB, Paegle não sabia da reunião. “Estou na expectativa de uma reunião”, disse.
Paegle afirmou, ainda, que o partido está sem atividade coesa. Ele diz que avalia se troca ou não partido, mas isso só deve ocorrer em abril de 2020.
Filiação ao MDB
Por algum tempo circulou a informação de que Paegle poderia se filiar ao MDB. Mas até hoje nada foi concretizado.
O vice-prefeito Ari Vequi diz que o partido está de portas abertas para Paegle. “Se ele decidir vir para o MDB será bem recebido, mas quero disputar a eleição a prefeito”.
O vice diz que se o prefeito quiser, será bem-vindo, mas sem forçar a situação. “Não irei fazer isso como cavalo de batalha. O prefeito é maduro o suficiente para no momento escolher o seu partido ou ficar no PSB”.
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Vequi avalia que existe uma grande mudança partidária neste momento. Não se sabe como será a distribuição das forças, por isso ele acredita que Paegle ficará no PSB até abril.
“Com a saída do Ciro, ele não tem mais problemas com o PSB”, declara o vice-prefeito e nome forte do MDB municipal. “Não vejo modificação no quadro prefeitura e prefeito nenhuma. Sabíamos isso ia acontecer”.
A análise do emedebista é de que o movimento do ex-prefeito Ciro Roza visa à eleição para a prefeitura. “Parece-me que o Ciro está querendo buscar candidatura novamente, o que considero natural. Qualquer cidadão tem direito a se candidatar e buscar um partido que dê sustentação”.