Cirurgias pelo SUS e quartos inteligentes: conheça os planos do Imas para gestão do Hospital Imigrantes
Ampliação de unidades e aumento da oferta de serviços também estão na pauta da entidade
Ampliação de unidades e aumento da oferta de serviços também estão na pauta da entidade
O Instituto Maria Schmitt (Imas), que tem atuação em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso, adquiriu o Imigrantes Hospital e Maternidade, de Brusque. A entidade sem fins lucrativos que agora é responsável pela gestão do hospital pretende ofertar cirurgias pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e aumentar as operações do Imigrantes.
As unidades do Imas espalhadas pelos três estados são responsáveis por mais de R$ 2,5 milhões de atendimentos por ano. Mais de 90% dos trabalhos são realizados via SUS. O Imas possui unidades privadas, filantrópicas e contratos de gestão.
Diversos planos para o Hospital Imigrantes estão na pauta do Imas. O principal é a viabilização das cirurgias pelo SUS no hospital. Segundo Robson Schmitt Machado, diretor de Implantação e Regulação do Imas, a estrutura do Imigrantes tem capacidade para ofertar mais de mil cirurgias por mês, mas sofre com baixa ocupação.
“É muito importante para uma cidade ter hospitais de referência para uma região. Isto faz com que a qualidade de trabalho do hospital seja elevada”, afirma o diretor. Os investimentos em novas unidades e a ampliação dos espaços já existentes também estão nos planos do Imas.
O Conselho Municipal de Saúde (Comusa) aprovou na quinta-feira, 16, a oferta de cirurgias ortopédicas pelo SUS no Imigrantes. Após aval do secretário de Saúde de Brusque, Osvaldo Quirino, a proposta do Imas seguiu para a Comissão Intergestores Regional (CIR) e, posteriormente, deve ser apreciada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) de Santa Catarina.
“Vamos focar em cirurgias de coluna, quadril e joelho, procedimentos em que os pacientes aguardam por dez ou 12 anos na fila”, comenta Robson. O secretário encaminhou a proposta à CIR na quinta.
O Comusa deve apreciar ainda outra pauta do Imas, que é a oferta de outros tipos de cirurgia pelo SUS. Porém, a intenção não está tão avançada como as cirurgias ortopédicas. Na ocasião, o Imas pretende ofertar também via SUS cirurgias reparadoras e de mama, parte de urologia, leitos de UTI e ofertar serviços de cirurgia cardíaca, tanto pediátrica quanto adulto.
“Até pouco tempo era inimaginável que o Imigrantes atendesse pelo SUS. Não tinha essa possibilidade. Porém, o caráter filantrópico do Imas vai fazer com que as pessoas de Brusque e região tenham o tempo de espera encurtado”.
Além das cirurgias, o Imas pretende retomar o atendimento pediátrico e habilitar um centro de reabilitação pélvica no Imigrantes. A melhor divulgação do pronto atendimento ginecológico do hospital, que atende em várias situações, também está na pauta, bem como a ampliação e oferta de outros serviços.
“Estamos em processo de compra e vamos investir mais de R$ 1,3 milhão para que tenhamos condições técnicas de fazer cirurgias cardíacas simples e cirurgias cardíacas complexas, como as minimamente invasivas”, detalha o diretor.
A parte estrutural do hospital também passa por mudanças. Quartos inteligentes devem ser instalados no Imigrantes. Na ocasião, a tecnologia dos quartos vai permitir que o paciente realize comandos por voz.
“A gestante entra, faz o pré-parto, o parto e pós-parto. Ela fica no ambiente durante todo o período no hospital. Este quarto será todo automatizado. Por exemplo, ela pode pedir para tocar uma música relaxante, mudar a temperatura do ar-condicionado ou abrir a persiana por voz”, exemplifica.
O objetivo do Imas, segundo Robson, é valorizar os funcionários que já atuam no Imigrantes. Ele afirma que a ideia inicial não é trazer médicos de fora da cidade, algo que relata que foi questionado.
“Queremos ser referência em saúde e valorizar quem é da casa. O Imas pode ser uma entidade que não tem sede em Brusque, mas as pessoas que trabalham no Imigrantes são de Brusque”, diz.
O diretor afirma que o desejo é contribuir com a diminuição da fila de cirurgias eletivas do estado. Ele projeta a oferta de aproximadamente 800 cirurgias por mês. Conforme Robson, o número é equivalente a 10% da fila de cirurgias após seis meses.
– Assista agora:
Mariane Zen: professora usou mais de 80 fantasias para dar aula durante a pandemia