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Colecionador de Guabiruba possui um acervo de mais de mil peças de antiguidades

Vilson diz que a paixão começou através de um rádio antigo de seu pai

O morador do município de Guabiruba, Vilson Chaves, vem cativando a atenção da comunidade com uma paixão singular: a coleção de antiguidades em estado impecável. Para ele, em um mundo constantemente impulsionado pela modernidade e pela rápida evolução tecnológica, a preservação do passado se torna muito importante.

Após ficar sabendo da história, o jornal O Município foi até a casa do pedreiro. Lá, cada peça antiga é uma cápsula do tempo, um testemunho vivo de épocas passadas que Vilson orgulhosamente mantém em perfeito estado.

Atualmente, a coleção do morador ultrapassa os mil itens. Entre eles estão rádio antigos, canecos, latas de óleo, televisões, ventiladores, discos, eletrodomésticos e brinquedos.

Isabeli Nascimento/O Município

Como tudo começou

O pedreiro conta que a paixão por colecionar antiguidades começou com um rádio antigo que pertencia ao seu pai. Ao ser encontrado, Vilson conta que o aparelho estava em péssimo estado, mas que sentiu na hora o desejo de restaurar e dar uma nova vida a ele.

“Esse rádio não é o mais bonito e nem o mais valioso, mas é o mais importante. Tudo começou por ele e pela paixão que meu pai tinha por ele. O aparelho é da década de 60 e foi com ele que comecei a sentir o gosto pelo rádio, pela restauração.”

Isabeli Nascimento/O Município

Vilson conta que, após restaurar o aparelho diversas vezes, foi questionado pela esposa sobre o motivo pelo qual ele não tinha outros modelos para formar uma coleção.

“No fundo, eu tinha a vontade de ter mais, mas não queria comprometer meu lado financeiro com isso. Para resolver o problema, parei de tomar cerveja e de fumar. O dinheiro que sobrava, eu investia na coleção e assim tudo fluiu. Sempre fui muito centrado. Hoje possuo mais de 100 rádios que partem da década de 1920”, conta.

Coleção atual

Com um olhar atento para o passado, Vilson acumulou ao longo dos anos uma diversidade impressionante de antiguidades, abrangendo todas as categorias imagináveis. Desde utensílios domésticos até itens de moda e decoração, sua coleção é um verdadeiro tesouro de épocas passadas.

O que mais surpreende é que alguns desses itens nunca foram usados, mantendo-se em condições tão primorosas como se tivessem sido fabricados ontem.

“Antigamente, as coisas eram feitas para durar e isso me impressiona. Gosto de pesquisar tudo sobre a peça: nacionalidade, ano de fabricação e como era utilizada. É muito mais do que colecionar ou ter; é entender a peça. Isso gera conversa. As pessoas me visitam e fazem perguntas. Eu preciso saber de quase tudo e isso também traz lembranças”, conta.

Isabeli Nascimento/O Município

Entre os destaques de sua coleção estão os mais de 700 canecos de chope, cada um contando sua própria história.

“Cada caneco representa uma festa, um momento especial. Pensa comigo. Cada caneco desses foi utilizado por alguém que se divertiu em determinado evento. Quando a pessoa olha para uma caneca antiga e lembra que esteve presente naquela festa, ela fica feliz. Ela lembra de coisas. Por isso gosto dos canecos”, explica Vilson.

Isabeli Nascimento/O Município

Questionado sobre o motivo pelo qual restaura a maioria dos itens que possui, o pedreiro diz que não vê graça nas coisas em mau estado. Para ele, restaurar é preservar a identidade do item.

“Antigamente tudo era pensado. A qualidade do produto era absurda. Tudo era feito para durar e tudo era muito colorido, com personalidade. Por isso gosto de preservar bem os itens. Muitos eu vou atrás, ou chegam para mim de maneiras engraçadas. Sinto que sempre gostei de me ‘incomodar’ com alguma coisa e quando descobri o universo das antiguidades, me encontrei”, conclui o colecionador.

@chavesvilson

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