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Colônia Príncipe Dom Pedro – Parte II

A Colônia Príncipe Dom Pedro foi uma colônia imperial formada com imigrantes de língua inglesa reemigrados dos Estados Unidos. Como data de fundação da Colônia, assumimos a posição defendida por Aloisius C. Lauth (2014), que afirma que o dia 10 de março de 1867 seria a data mais adequada para servir de marco de sua […]

A Colônia Príncipe Dom Pedro foi uma colônia imperial formada com imigrantes de língua inglesa reemigrados dos Estados Unidos. Como data de fundação da Colônia, assumimos a posição defendida por Aloisius C. Lauth (2014), que afirma que o dia 10 de março de 1867 seria a data mais adequada para servir de marco de sua fundação, pois foi nesse dia que aconteceu o primeiro acampamento dos imigrantes no barracão provisório de Águas Claras, erguido no terreno onde, em 2018, funciona a Escola de Ensino Fundamental Pe. Luis Gonzaga Steiner.

O porquê do nome
O nome da nova colônia foi uma homenagem ao Príncipe Dom Pedro, filho da Princesa Leopoldina e do Duque de Saxe, nascido em 1866. Segundo Lauth, a denominação Príncipe Dom Pedro deve-se a um brinde do liberal Tavares Bastos no salão nobre do Império, quando este homenageou a política nacionalista da Guerra do Paraguai.

O Imperador estaria ocupando os territórios devolutos com uma nova colônia, bem próximo das regiões de onde partiram centenas de soldados alemães, inclusive os 25 voluntários da Colônia Itajahy-Brusque que atenderem à convocação do Governo Imperial e, em 1865, partiram rumo à Capital da Província para defender sua nova Pátria na Guerra do Paraguai.

Distância entre as Colônias Itajahy-Brusque e Príncipe Dom Pedro
O grupo de imigrante ingleses, reemigrados dos Estados Unidos – e com os quais o Governo Imperial efetivamente deu início a colônia agrícola Príncipe Dom Pedro -, no início do ano de 1867 chegou ao Brasil a bordo do Vapor Tartar. A intenção do Governo Imperial era trazer correntes migratórias de mão de obra livre e, acima de tudo, de mentalidade liberal e progressista, semelhante a migração aos Estados Unidos (!).

Algo difícil de compreender e, sob a ótica da boa administração, também difícil de aceitar. Afinal, qual a lógica de se criar uma nova colônia, cuja sede se distanciava apenas alguns quilômetros de outra? A distância entre o barracão dos imigrantes da colônia Príncipe Dom Pedro e o barracão da Colônia Itajahy-Brusque era de cerca de 4 km (distância aproximada entre a Rua do Cedro 97, bairro Dom Joaquim, até o Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque, Centro). Desde então, já vemos mostras concretas de desperdício de dinheiro público, dinheiro do povo!

A transferência de colonos já instalados
Na década de 1860, a localização da Colônia Itajahy-Brusque se restringia à margem esquerda do Rio Itajaí-Mirim, e a Príncipe Dom Pedro seria instalada à margem direita do Rio Itajaí-Mirim.

No entanto, por ordem do diretor da Colônia Itajahy-Brusque, Barão von Schneéburg, alguns dos lotes à margem direita do rio – que viriam a compor a nova colônia -, haviam sido demarcados e sobre eles estavam assentadas famílias de colonos alemães. Com a perda dos lotes para a nova Colônia, essas famílias foram transferidas para outros lotes na região do Ribeirão Bateas, na margem esquerda do rio.

Ainda que a contragosto, o Barão Von Schneéburg teve que acatar a instalação da colônia vizinha. E quando, sob o comando do diretor Dr. Cottle, chegaram os imigrantes destinados à nova colônia, o Barão colocou à disposição dos chegados os animais de condução de carga pertencentes à diretoria. Emprestou, também, as 12 espingardas e a competente munição para espantar eventuais correrias de bugres. E orientou o novo diretor Dr. Cottle sobre a prevenção de moléstias do clima, oferecendo medicamentos da botica (farmácia rural de manipulação caseira) da colônia. Como ainda veremos, não imaginava o Barão quanto desassossego adviria desta nova colônia.

Fonte: Aloisius C. Lauth, no livro Colonos Ingleses em Águas Claras (2014)

Leia a continuação do artigo na coluna da próxima semana