Colônia Príncipe Dom Pedro – Parte I
A colonização de Brusque teve início em agosto de 1860, quando os primeiros imigrantes chegaram à margem esquerda do Itajaí-Mirim. Eram, na maioria, lavradores de Baden e do Reno. No correr dos anos, juntaram-se a eles outros colonos provenientes, sobretudo, das províncias prussianas da Pomerânia e Schleswig-Holstein. Mais tarde o povoamento foi continuado com a […]
A colonização de Brusque teve início em agosto de 1860, quando os primeiros imigrantes chegaram à margem esquerda do Itajaí-Mirim. Eram, na maioria, lavradores de Baden e do Reno. No correr dos anos, juntaram-se a eles outros colonos provenientes, sobretudo, das províncias prussianas da Pomerânia e Schleswig-Holstein.
Mais tarde o povoamento foi continuado com a chegada de colonos de outras nacionalidades: na segunda e terceira etapas, chegaram ingleses e irlandeses, depois os poloneses e, finalmente, os italianos. Os resultados obtidos com a colonização de Brusque eram bem animadores e o governo resolveu fazer um segundo ensaio nas terras situadas mais ao interior, ao curso superior do mesmo rio. A exploração seria mais difícil, mas havia motivos para tentá-la e fazia parte do programa governamental.
As terras para a instalação da Colônia Príncipe Dom Pedro
Segundo o historiador José Ferreira da Silva (Blumenau em Cadernos, 1998), a Colônia Príncipe D. Pedro foi implantada em terras que o Governo adquirira de Francisco Sallentien, um dos integrantes do grupo dos 17 imigrantes fundadores de Blumenau. Sallentien, já em 1852, havia se transferido para as margens do rio Itajaí-Mirim, para adiante do Ribeirão das Águas Claras, onde montou uma serraria. Precisando o governo de mais terras para ampliar a Colônia, adquiriu a gleba de Sallentien e outras próximas, instalando ali os imigrantes aliciados na América do Norte.
O transporte de Itajaí e a chegada em Brusque
O diretor Dr. Barzillar Cottle, 1º Diretor da Colônia Príncipe Dom Pedro, fretou várias embarcações à remo e transportou os imigrantes rio acima da barra do Porto de Itajaí até o Barracão dos Imigrantes (instalado próximo ao Clube de Caça e Tiro) em Brusque. Antes, um ofício de 09 de fevereiro de 1867, expedido pelo Presidente da Província de Santa Catarina, solicitava ao Barão Maximilian von Schneéburg, Diretor da Colônia Itajahy-Brusque, que fizesse descer “as duas canoas da Diretoria e todas as lanchas de particulares que V.S.ª puder alugar para este feito (…) para conduzir colonos agora mesmo chegados”. E lhe aconselhava o Presidente da Província que estivesse “pronto para receber até 190 colonos no Barracão dessa Colônia, destinado a semelhante mister”.
Foram três dias rio acima até alcançar a Colônia Itajahy-Brusque, onde o núcleo colonial – constituído de alemães – se viu surpreendido com a presença dos imigrantes reemigrados dos Estados Unidos.
A data da fundação da Colônia
Em 19 de janeiro de 1866, o Decreto Imperial criou, oficialmente, a Colônia Príncipe Dom Pedro. Mas, de acordo com Aloisius C. Lauth (no livro Colonos Ingleses em Águas Claras, 2014), os administradores usaram diferentes datas para marcar o início da colônia. Para uns, seria o dia 19 de janeiro de 1867, quando o Decreto nº 3.784 aprovou o Regulamento para as Colônias do Estado. Para outros, seria o dia 15 de fevereiro de 1867, quando da chegada da primeira leva de norte-americanos (aliciados pela Companhia de Navegação “United States and Brazil Steamship”) ao Barracão dos Imigrantes em Brusque.
Para outros, seria o dia 1º de março de 1867, quando da emissão dos primeiros atos administrativos que confirmariam a intenção do Governo Imperial de fundar a Colônia.
De acordo com Aloisius C. Lauth, a data mais adequada para ser o marco da fundação da Colônia Príncipe Dom Pedro seria o dia 10 de março de 1867, quando se realizou o primeiro acampamento dos imigrantes norte-americanos no barracão provisório de Águas Claras, erguido no atual terreno da EEF Pe. Luis Gonzaga Steiner, na foz do Ribeirão de Águas Claras, próximo do Ribeirão Guabiroba.
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