Com clientes em busca de crédito, cartões de loja se popularizam
Na Havan de Brusque, 35% dos clientes utilizam o cartão próprio do estabelecimento para pagar as compras
Uma alternativa ao cartão de crédito e outras modalidades financeiras é o conhecido cartão de loja. Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 44,5% dos consumidores possuem cartões de loja e a principal motivação para 38,1% deste público é poder fazer mais compras.
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A Hering trabalha com o cartão próprio desde 2012 e, segundo a gerente da loja de Brusque, Edivone Wartha, a modalidade é bem aceita entre os brusquenses. “Os clientes com cartão Hering tem algumas vantagens, como desconto na primeira compra, possibilidade de parcelamento em até 8 vezes, 40 dias para pagar a fatura e campanha com sorteio de prêmios”, diz.
De acordo com ela, a venda com cartão é segura para o lojista e o cartão próprio é uma forma de fidelizar o cliente. “Apesar de o nosso cartão ter bandeira Visa e ser aceito em outros estabelecimentos, o cliente sempre volta a fazer compras na loja”.
Outro estabelecimento que conta com cartão próprio é a Havan. De acordo com informações da loja, em Brusque, cerca de 35% dos clientes utilizam o cartão como forma de pagamento. A Havan também percebeu um aumento do uso de seu cartão próprio nos últimos anos, fator atribuído, principalmente, à crise econômica.
O cartão próprio da rede de lojas também oferece vantagens aos clientes. Segundo a rede, a emissão do cartão é gratuita, sem anuidade, tem programação pula-pula e o cliente pode utilizar no posto de combustíveis Havan e parcelar em até duas vezes.
Cautela nas compras
Para os especialistas do SPC Brasil e CNDL, a facilidade de conseguir crédito no cartão de loja deve ser encarada com receio pelo consumidor.
“Caso a pessoa tenha feito uma boa análise sobre a pertinência de mais uma modalidade de crédito no orçamento pessoal, o novo cartão pode até ajudar na compra de novos produtos, mas caso o histórico seja de descontrole nos gastos, talvez seja melhor não utilizá-lo”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O descontrole financeiro de alguns brasileiros com o uso do cartão de loja é confirmado quando se observa que 25,7% dos que o utilizaram já ficaram com o nome sujo em algum momento pelo não pagamento das faturas, sendo que 6,4% ainda estão negativados.
O levantamento do SPC Brasil mostra que o cartão de loja, o crediário e o carnê são utilizados, principalmente, para compras de roupas (75%), calçados (64%) e eletrodomésticos (34,3%), sendo que 17,6% fazem compras parceladas por meio destes meios ao menos uma vez por mês.