Com imunização em baixa, secretário de Saúde de Brusque faz apelo por confiança nas vacinas

Receio do retorno de algumas doenças é sentido por todo o país

Com imunização em baixa, secretário de Saúde de Brusque faz apelo por confiança nas vacinas

Receio do retorno de algumas doenças é sentido por todo o país

A desconfiança em relação às vacinas vem causando, em todo o Brasil, o receio do retorno de doenças antes extintas. Em Brusque, de acordo com o secretário de Saúde, Osvaldo Quirino de Souza, também existe o alerta para a queda na cobertura de alguns imunizantes, que vem se acentuando desde 2016.

O secretário explica que a queda de procura é maior no público adolescente. A vacina contra o HPV, que deve ser aplicada no público de 9 a 14 anos, e a meningo ACWY, para pessoas entre 11 a 14, além do reforço do imunizante contra o tétano, tem os menores números de doses aplicadas.

“Quando a vacina contra o HPV foi lançada disseminou-se falsas informações de reações adversas e de incentivo precoce à vida sexual. Hoje ainda temos pais que não autorizam seus filhos a tomarem, bem como não se lembram de levar seus filhos às salas de vacinação. Culturalmente os pais se preparam para vacinar seus filhos até os 4 anos de vida e se esquecem das vacinas dos adolescentes”, explica.

As crianças, principalmente até 1 ano de idade, têm as melhores coberturas vacinais em Brusque. Já crianças entre 1 e 4 anos apresentam algum tipo de atraso mas, que no período de matrícula e rematrícula nas escolas, é compensado pela busca ativa.

Informações distorcidas

Osvaldo relata que as correntes anti-vacinas utilizam como base e argumentações casos isolados e muitos até distorcidos para desincentivar a vacinação. “Hoje na era digital muito rapidamente se espalham vídeos e imagens falsas”.

Ele destaca que toda vacina, ao ser incluída no calendário vacinal, é estudada e tem sua segurança demonstrada em estudos sérios, mas que a desinformação e até mesmo a distorção de fatos causa insegurança e receio nos pais.

“Estamos vivendo um momento de surtos: endemias e pandemias, doenças como o sarampo com surtos localizados no Brasil, casos graves de febre amarela inclusive em municípios vizinhos ao nosso, doenças como a poliomielite com casos mundiais podendo ser reintroduzida no Brasil. Doenças totalmente imunopreviníveis”, lamenta.

Conscientização

Com a pandemia do Covid-19, muitas ações da Atenção Primária foram suspensas e os esforços direcionados para o combate à doença. “Em janeiro de 2021, a secretaria iniciou a vacinação contra o Covid. Em junho de 2022, descentralizamos essas vacinas para todas as salas do nosso município (17 salas públicas ativas)”, conta.

Por conta dos esforços todos voltados para a Covid, Osvaldo relata que o Brasil todo perdeu em cobertura vacinal, e os reflexos também foram sentidos em Brusque. Diante desse cenário, a secretaria tem desenvolvido estratégias tentando compensar essa defasagem.

“Ações como gincanas de vacinação, busca ativa de vacinas em atraso, vacinações em lares, asilos, escolas entre outros tem sido utilizado como estratégia para a melhoria dos números. Também ofertamos horário ampliado na sala do térreo da Policlínica e abertura de salas de vacinação aos “sábados D” e outros sábados de ações da Atenção Primária como dia de coleta de preventivos no Outubro Rosa, por exemplo”, explica.

A situação também gera grande preocupação em todo o país. Neste domingo, 6, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um pronunciamento oficial em rede nacional para fazer um apelo a pais e responsáveis que vacinem crianças contra poliomielite e afirmou que a pasta está empenhada em manter o país livre da doença.

Queiroga reforçou que a taxa de vacinação do público-alvo está abaixo de 70%, enquanto a meta é imunizar 95%.

– Assista agora:
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