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Com menos passageiros, situação do transporte coletivo de Brusque é considerada “insustentável”

Empresa responsável pelo serviço entrou com pedido de reajuste de 34% na tarifa

Com menos passageiros, situação do transporte coletivo de Brusque é considerada “insustentável”

Empresa responsável pelo serviço entrou com pedido de reajuste de 34% na tarifa

“A gente não sabe até quando vamos conseguir tocar o negócio”, afirma  Hermes Klann, proprietário da Santa Luzia Transportes e Turismo, que opera o consórcio Nosso Brusque, responsável pelo transporte coletivo no município. Ele revela que a situação é “insustentável” e que existe a probabilidade de encerrar o serviço caso não haja um acordo de indenização com a Prefeitura de Brusque. 

A empresa entrou com uma ação contra a administração municipal pedindo ressarcimento pelos prejuízos causados pela pandemia da Covid-19, que até fevereiro deste ano somavam mais de R$ 4,1 milhões. Uma audiência foi realizada, onde foi estabelecido um prazo para conciliação entre as partes. Klann diz que não há previsão para julgamento do caso. “A gente está tentando com urgência, mas não sei, assim como a pandemia, ninguém tem certeza”. 

No ano passado, o consórcio entrou com um pedido de auxílio financeiro de R$ 1,4 milhão, mas não obteve sucesso. 

Prejuízos

Por conta da pandemia do novo coronavírus, o transporte coletivo de Brusque ficou 116 dias paralisado. E, quando o serviço voltou a operar, a quantidade de passageiros reduziu drasticamente. Em setembro de 2020, por exemplo, foram transportadas 84,5 mil pessoas, número 65% menor do que o mesmo mês em 2019, quando foram transportados 224 mil passageiros. 

O fluxo de passageiros caiu 40%, comparando de setembro de 2019 a março de 2021. Essa mesma porcentagem foi registrada para a queda no faturamento, neste mesmo período. 

Devido à situação, dez veículos da frota estão parados, o que representa uma redução de 25%. O serviço também opera com 15 motoristas a menos. Os horários das linhas também foram reduzidos em 25%, mas em março deste ano foram aumentados 10% dos horários que estavam suprimidos. 

Klann comenta que utilizou todos os recursos disponíveis para amenizar o quadro, como participar do programa do governo federal de redução da jornada de trabalho e também concedeu férias aos funcionários. 

Mesmo com a diminuição da quilometragem rodada, os gastos são altos para manter a operação e a quantidade de passageiros não está sendo suficiente. “Hoje está havendo um desequilíbrio do que entra e o custo”, relata Klann. A empresa já precisou recorrer a empréstimos pela falta de recursos. 

O cenário é visto com preocupação por Klann. Ele afirma que não quer paralisar o serviço, mas que se a situação permanecer, ficará ainda mais insustentável. A paralisação ocorrerá somente se todas as alternativas se esgotarem. 

Além do ressarcimento, a empresa também pede subsídio para arcar com os custos daqui para frente, até que a situação normalize. 

Aumento na tarifa

A tarifa do transporte coletivo não é reajustada desde julho de 2019. Por isso, a concessionária entrou com pedido na Prefeitura de Brusque para aumentar a tarifa em 34,22%. A porcentagem foi calculada com base na situação atual do serviço. Com isso, o valor subiria de R$ 4,50 para R$ 6,04. 

“A gente já encaminhou pedido de aumento para a prefeitura, que está para ser decidido”, diz o proprietário da Santa Luzia Transportes e Turismo. 

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