Com ônibus parados há um mês, empresa de transporte coletivo de Brusque inicia demissões
Santa Luzia Transportes estuda a possibilidade de entrar com uma ação pedindo a retomada das atividades
Há um mês com todos os ônibus parados devido ao decreto do governo do estado que proíbe o transporte coletivo municipal, intermunicipal e interestadual de circular em Santa Catarina como forma de prevenção ao novo coronavírus, a Santa Luzia Transportes e Turismo, que opera o consórcio Nosso Brusque, está estudando formas de amenizar os prejuízos econômicos causados pela crise da Covid-19.
O proprietário da empresa, Hermes Klann, afirma que o departamento jurídico avalia entrar com uma ação contra o governo pedindo a retomada dos serviços. Por determinação do governo estadual, o transporte coletivo em todo o estado está proibido de circular até o dia 30 de abril.
“Nossa assessoria jurídica está trabalhando nessa possibilidade, mas não acredito que teremos sucesso porque a Justiça tem negado pedidos semelhantes feitos por empresas de outras cidades”, diz.
A empresa, que tem uma frota total de 200 veículos, está atuando apenas com fretamento de ônibus para empresas parceiras, por isso, o faturamento está praticamente zerado.
Atualmente, a empresa conta com 350 funcionários em Brusque, Balneário Camboriú, Videira e Fraiburgo. Porém, sem perspectiva de poder retornar às atividades, as demissões iniciaram na semana passada.
Até o momento já foram desligados da empresa 30 funcionários, mas Klann ressalta que o número de demissões deve chegar a 50. “Se não retornar em maio, teremos que demitir mais pessoas. Não sabemos se o governador vai prorrogar o decreto ou não”.
Além das demissões, a empresa também aderiu ao plano do governo federal que autoriza a suspensão de contratos. “Do dia 19 de março até 19 de abril todos os funcionários estavam em férias. A partir de agora começamos a suspensão dos contratos e demissões”.
O empresário diz que é possível voltar às atividades e cumprir as medidas de segurança que são necessárias para evitar a propagação do vírus.
“Podemos reduzir a capacidade dos ônibus em 50%, tornar obrigatório o uso de máscara, de álcool em gel. Estabelecer o pagamento somente com o cartão do sistema para que os motoristas não tenham contato com o dinheiro. É possível tomar todas as precauções. Em Santa Catarina o setor de transportes é um dos mais prejudicados pois estamos há um mês parados totalmente. Nos outros estados houve redução, mas não paralisação total”, destaca.
Klann afirma que o sentimento que domina todo o setor hoje é a insegurança. “Essa alternativa de entrar com a ação contra o governo é uma forma de tentar conseguir o equilíbrio econômico. Acredito que o impacto desta paralisação vai ser mais grave que o vírus. Só o tempo vai nos dizer. Só queremos voltar a trabalhar”.
Na semana passada, a Câmara de Vereadores aprovou projeto de lei com algumas medidas adotadas pela prefeitura para minimizar os impactos econômicos da crise. Entre essas medidas, está a prorrogação do pagamento do Imposto sobre Serviços (ISS) para a empresa de transporte coletivo do município.
Klann avalia que a medida é necessária já que o ISS é pago em cima do faturamento da empresa que está zerado. Questionado sobre a possibilidade de aumento da tarifa quando os ônibus voltarem a circular, o empresário diz que ainda não sabe como proceder. “Estamos sem faturamento, então não sabemos que caminho tomar. Hoje não sabemos como tocar a empresa. “.