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Com poucas doses da vacina BCG, Vigilância em Saúde de Brusque se mantém em alerta

Mesmo com baixo abastecimento ocorre em todo o país, município consegue manter vacinação

Desde abril, a Vigilância em Saúde trabalha com número de doses da vacina BCG abaixo do esperado em Brusque. O caso, já debatido na Câmara de Vereadores em junho, acontece pela dificuldade da aquisição do imunobiológico a nível federal.

De acordo com a diretora do setor, Ariane Fischer, são necessárias 30 ampolas por mês, sendo que cada um tem 20 doses. Contudo, em julho, o município recebeu apenas 18 ampolas. Já neste mês de agosto, a cidade recebeu 15 ampolas.

Ela detalha que a equipe consegue manter o abastecimento por conta do saldo de doses de outros meses, as ampolas que sobraram.

“Estamos administrando as doses e por enquanto não faltou. Mas seguimos em alerta, pois o Ministério da Saúde ainda não normalizou o fornecimento. O déficit do fornecimento nos preocupa. Hoje temos o imunizante para fornecer, porém não há garantias de normalização”, afirma.

Após ser divulgada a orientação da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado (Dive-SC), pautado pelo Ministério da Saúde, o município começou a aplicar a vacina apenas em bebês moradores de Brusque. Ou seja, bebês de outros municípios que são nascidos na cidade foram vacinados nos seus municípios de origem.

Contudo, Ariane aponta que o município voltou a vacinar bebês moradores de outros município. Conforme dados da prefeitura, Brusque tem em média 200 recém-nascidos para vacinar por mês. Destes, cerca de 30 não são de outras cidades.

“Por exemplo, a gente ganha um ou dois frascos de Guabiruba e Botuverá, e vamos somando com os nossos. Vamos tentar administrar da melhor maneira para não faltar a vacina”, complementa Ariane.

Neste mês, segundo a Vigilância, a vacinação também se manteve pois tiveram dias sem nascimentos. Em cinco dias, por exemplo, apenas dois bebês se encaixavam nas diretrizes.

Caso não seja vacinado na maternidade, o bebê pode receber a vacina posteriormente mediante agendamento. Ariane explica que a Vigilância é procurada por mães de bebês que nasceram após a vacinadora passar pelo hospital ou de recém-nascidos que estavam abaixo do peso, por exemplo.

A vacina BCG protege contra a tuberculose – doença contagiosa, provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Ela é recomendada desde o nascimento para crianças que tenham peso igual ou superior a dois quilos.

De dose única, a BCG deve ser aplicada até o primeiro mês de vida do bebê, porque a incidência das formas mais graves da tuberculose costuma ocorrer enquanto a criança ainda é bem nova. Não há impedimento, porém, para que indivíduos de qualquer idade se vacinem, embora o grau de proteção seja menor.

Volta à rotina

De acordo com ofício da Prefeitura de Brusque, enviado à Câmara de Vereadores no último mês, os municípios foram avisados pela Secretaria de Estado de Saúde em maio sobre a disponibilidade limitada da vacina. Ainda, a equipe foi alertada que a situação continuaria pelos próximos meses.

Portanto, a Dive-SC orientou que os municípios começassem a otimizar a vacinação. Dentre as estratégias de racionamento, está o agendamento da aplicação, sendo que a BCG é multidose e, após a abertura do frasco, deve ser aplicada em até seis horas; e a centralização da aplicação em determinados serviços de saúde, como maternidades ou unidades de saúde.

Em Brusque, a Secretaria de Saúde costuma realizar a vacinação em todas as maternidades do município, independente do bebê ser morador ou não. Conforme a pasta, a estratégia de vacinar nas maternidades se dá no intuito de promover a cobertura vacinal ideal.

O ofício pontua que a estratégia de aplicação nas primeiras 24 horas de vida não é obrigatória. Assim, o departamento de Vigilância Epidemiológica pode aplicar a vacina BCG e hepatite no prédio da vigilância. Tanto que as vacinas também são aplicadas nos bebês moradores de Brusque, mas que nasceram em maternidades de outros municípios que não utilizam dessa estratégia.

“Neste mês, voltamos a rotina anterior de irmos aos hospitais. Só quando tem dois ou três bebês, a gente combina para virem num dia só, para não abrirmos uma ampola com 20 doses e jogar o resto fora. Mas são raros esses dias, nascem oito ou nove por dia”, completa Ariane.