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Com problemas de execução, rua Beira Rio é motivo de preocupação no Dom Joaquim

Apesar de investimentos, obras apresentam problemas no calçamento, rotatória e ponte

A situação da rua Beira Rio, no Dom Joaquim, é alvo de reclamações e pedidos de melhorias da associação de moradores do bairro, a Amadoj. Os serviços de drenagem e pavimentação da via iniciaram ainda em 2013 e abrangem mais de um quilômetro. O investimento anunciado na época era acima dos R$ 820 mil, entre verbas parlamentares e contribuição de moradores.

Em 2014, os trabalhos chegaram a ser abandonados pela empresa responsável, sediada em Joinville. As obras só foram retomadas no ano seguinte. Na época, também foi implantada uma rotatória na esquina da rua Beira Rio com a rodovia Pedro Merísio (SC- 486). No local, segundo o presidente da Amadoj, Valdir Hinselmann, acontecem acidentes devido a problemas de execução.

A estrutura não chegou a ser finalizada e a sinalização foi instalada recentemente. De acordo com Hinselmann, além do desnível entre as duas pistas, o local onde a rotatória foi instalada ampliou o risco de acidentes. A morosidade, para o presidente, agrava o risco. “Chegou a se cogitar a construção de um trevo alemão, mas isso já está massante”.

Segundo ele, mesmo com a busca de soluções pela situação, a qualidade do serviço ficou abaixo do esperado pela comunidade e é possível constatar problemas ao longo da via. As calçadas apresentam desníveis e, em alguns casos, estão deterioradas com menos de três anos de uso. O mesmo ocorre com as bocas de lobo, boa parte já quebradas ou com piso podotátil irregular e inseguro.

Próximo à ponte da Beira Rio, quem necessita das marcações para se orientar corre o risco de cair do barranco. O trecho exige atenção redobrada, inclusive, para pedestres e ciclistas. Não há recuos ou calçadas e a travessia precisa ser feita entre os carros. No ano passado, a ponte precisou passar por reparos, devido a uma corrosão causada pela força da água em sua cabeceira.

Impasse sobre águas
A estrutura da ponte convive com um impasse próprio. Construída com recursos do município, ela deveria seguir um outro traçado, segundo o presidente. O local chegou a receber a demarcação para a nova ponte, mas os serviços não avançaram.

Segundo ele, em contato com o Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), foi informado de que não haveria recursos para execução da proposta no novo local. Com isso, a ponte teria seu modelo revisto.

Para Hinemann, a proposta não atende as necessidades do bairro. “Se tivermos uma carreta fazendo essa travessia, o trânsito praticamente fica parado, pois ela vai ocupar todo o espaço”.

Preocupação constante
De acordo com ele, entre os pedidos feitos à prefeitura está uma revisão do serviço prestado e mais transparência quanto o seu andamento e à autuação da empresa responsável pelos serviços. “Já perguntamos quanto já foi pago de recursos públicos, e como está a obra, uma vez que achamos que ela não foi concluída”.

Os pedidos de revisão no projeto, segundo Hinemann, são uma forma de valorizar a contribuição feita pelos moradores e os recursos públicos aplicados. Com o crescimento do bairro, indica, a Beira Rio tem um papel fundamental na qualidade de vida dos moradores. Ela é utilizada como acesso a boa parte dos loteamentos em construção, além do escoamento das produções de 12 indústrias do bairro.

Para o presidente, a durabilidade das calçadas, os problemas de execução e a falta dos rebaixos para acesso às casas são motivo de preocupação. Em alguns pontos, segundo Hinemann, os passeios estão se “desmanchando”, já os acessos existentes foram feitos pelos próprios moradores.

Vice-presidente da Amadoj, Heinz Stahnke destaca o acompanhamento e os debates feitos sobre o tema com o presidente da União Brusquense das Associações de Moradores (Ubam), Juarez Graczcki. De acordo com Stahnke, o tema já foi levado para as reuniões internas da entidade, como forma de busca de apoio. Além da entidade, o assunto também já foi levado para análise do DGI.

Convênios em análise
Andrea Volkmann, diretora do DGI, acompanha as etapas do programa Pró Transporte, do governo federal, financiado pela Caixa Econômica Federal.

Ela afirma que mantém conversas com a Caixa devido à necessidade de finalização dos serviços por parte da empresa. “Quando for feita a rua, será feita como um todo. Estamos avaliando todas as etapas para poder acionar a empresa, terminar a obra e poder fazer as modificações necessárias”.

Andrea espera ter um parecer preciso de quais as condições da via e possíveis responsabilizações da empresa responsável em breve. As demandas por manutenção, afirma, devem ser assumidas pela prefeitura, enquanto a finalização dos trabalhos, pela prestadora de serviços.

Um dos entraves para o avanço dos trabalhos é a falta de autorização por parte da Caixa, responsável pelo financiamento. De acordo com a diretora, ainda é preciso uma definição quanto à ponte para conseguir a liberação do projeto, já que ela foi construída em traçado diferente do previsto inicialmente.

A construção do trevo alemão na ligação com a rodovia Pedro Merizio fica em segundo plano. Ela foi aprovada pelo Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), após a negativa da construção de uma rótula no local. A falta de espaço adequado levou à decisão.