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Com queda de 13% na demanda, Nosso Brusque pede reajuste de 12,8% na tarifa de ônibus

Se aprovado reajuste, tarifa deve passar de R$ 3,80, no cartão

O consórcio Nosso Brusque, detentor da concessão do transporte coletivo urbano do município, pedirá um reajuste de 12,8% a ser aplicado na tarifa de ônibus em 2017. O pedido será analisado pela Prefeitura de Brusque, a qual precisa editar um decreto informando qual será a nova tarifa.

Hoje, o valor cobrado dos passageiros é R$ 3,40 para quem paga com cartão, e R$ 3,50 para quem faz o pagamento em dinheiro. Caso seja aprovado o reajuste de 12,8% solicitado pela empresa concessionária, o valor no cartão passaria a R$ 3,83, e no dinheiro seria R$ 3,94.

Ambos os valores devem ser arredondados, quando o decreto for editado.

Segundo o Nosso Brusque, há uma defasagem no reajuste da tarifa que vem dos últimos quatro anos. Conforme Hermes Klann, diretor do consórcio que opera o transporte coletivo, “nos últimos quatro anos a tarifa decretada não corresponde ao custo do passageiro transportado”.

Além disso, afirma que “sistematicamente o número de passageiros transportados vem caindo, assim como a produção quilométrica aumentou”.

Números da empresa

Os números apresentados pela empresa demonstram que o custo do passageiro transportado, em janeiro de 2016, era de R$ 4,27. O valor apurado em janeiro deste ano aumentou para R$ 4,89.

Esse cálculo motiva o pedido de reajuste de 12,8%, percentual apurado como inflação do setor de transportes, no qual a empresa atua, e que é quase o dobro do registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos últimos 12 meses, que foi de R$ 6,75%.

Conforme a empresa, isso foi motivado pela queda no número de passageiros, estimada em 13%, nos últimos 12 meses.

Em janeiro de 2016, o Nosso Brusque transportava, em média, 1,7 passageiro por quilômetro rodado. Neste ano, em igual período, tem transportado 1,5 passageiro por quilômetro rodado, uma variação negativa de 13,39% na demanda.

“Se fosse fazer o reajuste real, daria mais de 30%”, afirma o diretor do consórcio. “A redução do número de passageiros está pressionando o preço para cima. Se houvesse mais pessoas usando o transporte, o preço diminuiria”.

Melhorias no sistema

A direção do consórcio também apresenta como motivo do pedido de reajuste as melhorias feitas no sistema de transporte coletivo, como a implantação de novas linhas: foram 25 durante o último mandato.

“O governo pediu a abertura de novas linhas, o que aumentou os custos. Não é nosso desejo aumentar a passagem, pois deve diminuir ainda mais o número de passageiros, mas este é o custo real”, diz Hermes Klann.

A empresa entregou sua planilha de custos com a proposta de reajuste para análise da prefeitura. A princípio, o pedido será analisado pela procuradoria-geral do município e, posteriormente, pela Secretaria de Orçamento e Gestão.

Tentamos contato com o procurador Mário Mesquita para saber o posicionamento do órgão sobre o pedido de reajuste, mas ele estava atuando junto ao Tribunal de Justiça, ontem à tarde, e não pôde atender.