Com queda na produção e crescimento da demanda, preço do pinhão aumenta em Brusque
Engenheiro agrônomo da Epagri explica motivos para diminuição da colheita na Serra catarinense
Engenheiro agrônomo da Epagri explica motivos para diminuição da colheita na Serra catarinense
A safra de pinhão está no início do pico em Santa Catarina. De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Cesar Alessandro Oliveira de Arruda, esse pico vai durar mais 15 dias, aproximadamente.
Na cidade de Painel, que faz limite com Lages, na Serra catarinense, onde Arruda trabalha, o pinhão está sendo vendido pelo produtor entre R$ 7 e R$ 10 o quilo.
Arruda afirma que a procura está grande e que as vendas estão excelentes. “O coronavírus não está prejudicando, porque está fácil vender o produto. Existe uma demanda muito grande, e uma oferta muito pequena”.
Apesar do preço está sendo satisfatório para o produtor, a produção está até 80% menor do que anos considerados bons.
“Um produtor, por exemplo, colhe uma média de 400 a 500 sacas de 50 kg em anos bons. Ano passado, tivemos uma queda, que ele conseguiu colher apenas 150 sacas, e este ano ele estima entre 20 a 30 sacas”, conta Arruda.
O engenheiro explica que a queda na safra está relacionada a questões do clima. Em média, uma pinha leva de dois a dois anos e meio para ficar pronta e, portanto, nesse período fatores climáticos podem interferir na safra, como falta de polinização adequada, estiagem e granizo, por exemplo.
“Hoje, existe o produtor que está tentando tirar em campo, não está tendo dificuldade para colher, o problema maior é a falta de pinha. Está tirando entre 5 e 20 pinhas, onde ele costumava tirar entre 70 e 100”, explica.
Desde 2011, existe uma regulamentação do governo do estado de Santa Catarina, que autoriza a colheita do pinhão apenas a partir do dia 1º de abril. Arruda diz que o período de safra vai até meados de julho.
A reportagem entrou em contato com quatro estabelecimentos de Brusque, e o preço do quilo do pinhão varia entre R$ 9,89 e R$ 13,99.
No Hortifruti Direto do Campo, o preço do quilo está R$ 9,89. Em comparação com ano passado, o pinhão chegou a ser vendido por cerca de R$ 8,99/kg no dia 9 de abril, um aumento de 10%. O estoque da semente foi reabastecido com cerca de 300 quilos na segunda-feira, 27.
No Supermercado Archer, do Centro, o preço do quilo está R$ 9,98, 25% a mais do que o preço do que chegou a ser em 2019 – R$ 7,99 (no dia 9 de abril).
O Supermercado Bistek manteve o preço de 2019 – R$ 9,98/kg – e tem cerca de 150 kg em estoque. No Angeloni, o preço do quilo da semente está em R$ 13,99.