Comandante da PM de Brusque rebate manifestação da OAB: “Lamentável”
Otávio Manoel Ferreira Filho diz que recebeu vários elogios após a publicação da carta de desabafo
Comandante da PM de Brusque rebate manifestação da OAB: “Lamentável”
Otávio Manoel Ferreira Filho diz que recebeu vários elogios após a publicação da carta de desabafo
- 09/10/2020
- 9:24
O comandante da Polícia Militar de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, se pronunciou após a manifestação da OAB. Em nota, a entidade criticou o desabafo do comandante da PM sobre o caso da menina de 14 anos que foi atacada em casa.
A menina foi atacada por um homem que pedia doações de roupas na quarta-feira, 30, no bairro Poço Fundo. A polícia investiga a suspeita de estupro.
Ferreira Filho destaca que “a toda poderosa OAB Brusque, novamente, com todo o respeito, isoladamente, se achou no direito de criticar, apesar da democracia que vivemos e que deve prevalecer e ser respeitada em qualquer nação com o mínimo de respeito aos direitos humanos… é lamentável!”
O comandante da PM diz ainda que “‘quem sabe um dia esse país acorda e começa a enxergar as verdadeiras pessoas e ou instituições que defendem os reais valores pessoais e sociais que precisamos”.
Confira a nota na íntegra
Resposta a manifestação da OAB: Sres. com todo o respeito, que já é de minha natureza, pois papai e mamãe muito bem me ensinaram, destaco que minha carta de desabafo recebeu vários elogios, aliás até agora só elogios, e de vários rincões catarinense e brasileiros, apesar de polêmica, reconheço, nem os meus supostos desafetos a criticaram, mas a toda poderosa OAB Brusque, novamente, com todo o respeito, isoladamente, se achou no direito de criticar, apesar da democracia que vivemos e que deve prevalecer e ser respeitada em qualquer nação com o mínimo de respeito aos direitos humanos… é lamentável!
Quem sabe um dia esse país acorda e começa a enxergar as verdadeiras pessoas e ou instituições que defendem os reais valores pessoais e sociais que precisamos e que fará esse país decolar rumo ao primeiro mundo, que é o nosso verdadeiro e merecido lugar. Brasil acima de tudo e Deus acima de todos. Força e honra!
O que diz a OAB
A OAB aponta que o comandante Otávio, na nota de desabafo, traz destaque aos “dependentes químicos e moradores de rua”. Portanto, em um contexto em que os liga ao “hediondo ato praticado contra a adolescente, e, de forma generalizada, desinforma a população, fazendo crer que todos os “dependentes químicos e moradores de rua” são criminosos – estupradores”, afirma.
Assim, segundo a nota, a manifestação do comandante teria demonstrado “enorme intolerância a essas pessoas e, pior, instigando o preconceito a dependentes químicos e a pessoas em situação de rua”, continua.
Para a OAB, esse preconceito é estendido aos pedintes de rua, aos artistas de rua, que são os malabares, estátuas, etc., e aos vendedores e estrangeiros de semáforo.
“Incluindo-os todos num mesmo contexto em que fala do estupro da adolescente. É dever da autoridade solucionar conflitos, buscar a paz social e o bem-estar da comunidade, preservar a ordem pública e a integridade das pessoas e do patrimônio, e não aviltar, acirrar ânimos contra “pedintes, artistas de rua, vendedores, estrangeiros e pessoas em situação de rua””, complementa a nota.
Confira a manifestação da OAB – Subseção de Brusque.
Relembre o caso
Uma garota de 14 anos foi atacada na quarta-feira, 30 de setembro, no bairro Poço Fundo, e a polícia apura se houve estupro ou não. Um homem, que a princípio negou o crime, foi preso pela Polícia Militar instantes depois e levado à delegacia
Conforme informações repassadas ao comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, o agressor foi à casa da menina pedir algum auxílio, e acabou atacando-a. Ela estava sozinha no momento.
“Não se sabe ainda se o ato foi consumado ou não, não temos a informação no momento. Parece que a menina tinha vestígios de sangue, mas ainda há dúvidas. O masculino foi preso nas imediações, e as características estavam de acordo com a descrição feita pela vítima.”