Comandante do Corpo de Bombeiros conta como foi resgate de piloto brusquense
Hugo Manfrin Dalossi integra a equipe do Arcanjo 0-3 que realizou o resgate da aeronave nesta quinta-feira
O tenente Hugo Manfrin Dallossi, do Corpo de Bombeiros de Brusque, estava de plantão no helicóptero Arcanjo 0-3 na manhã desta quinta-feira, 23, e ajudou no resgate de José Artur Pinto Guimarães, 57 anos, que morreu em acidente aéreo em Garuva, no Norte catarinense.
Ele conta que foram acionados por volta das 7h30 e se deslocaram para a região de Monte Crista, em Garuva. A informação inicial era que um avião agrícola havia sumido após um forte barulho. O horário provável do acidente foi entre 7h e 7h30. Seis profissionais auxiliaram no resgate: médico e enfermeiro; piloto e copiloto e dois tripulantes.
Segundo Manfrin, havia no local um helicóptero Águia da Polícia de Joinville, no entanto, eles ainda não haviam localizado a vítima. Assim que o Arcanjo chegou, em cerca de cinco minutos localizaram a aeronave, próximo de uma encosta de mata fechada. “Era um local de difícil acesso, porém, havia local para posar”.
O tenente diz que a situação era grave e que Guimarães possuía muitas fraturas em todo o corpo, estava inconsciente, mas com sinais vitais. “Ele se batia e emitia sons, mas não tinha como se comunicar”.
A vítima foi reanimada por cerca de 50 minutos, no entanto, devido à gravidade das fraturas e de hemorragia interna, teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu às 9h32. O corpo do homem foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Joinville e aguarda liberação, que deve ocorrer por volta das 19 horas.
“Os moradores ajudaram com um facão a abrir a trilha, mas se fosse mais fechado faríamos um rapel”, conta o tenente, que ressalta que após o resgate ficou sabendo que o morador era de Brusque. “As informações da vítima é a última coisa que vemos, quando vi que era de Brusque perguntei para outros pilotos da região se conheciam ele”, relata.
Manfrin afirma que a aviação agrícola é uma aviação de risco e que geralmente os pilotos são experientes. Segundo relatos, Guimarães tinha experiência e tinha voltado a voar há dois anos, depois de um tempo parado.
Ainda não é possível precisar a causa do acidente. A documentação da aeronave estava em dia junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) abrirá investigação para apurar o fato.