“Comecei o ano na última quinta-feira”, diz mãe de menino que venceu câncer raro em Joinville

Victor Menestrina, de 8 anos, estava em tratamento desde 2017

“Comecei o ano na última quinta-feira”, diz mãe de menino que venceu câncer raro em Joinville

Victor Menestrina, de 8 anos, estava em tratamento desde 2017

Vitória. Essa é a palavra que resume o ano de Victor Menestrina, de 8 anos, e sua família. Em 2017, ele foi diagnosticado com neuroblastoma, câncer raro encontrado próximo à coluna, porém, em dezembro deste ano, o garoto venceu a doença.

Antes da descoberta indesejada, o menino tinha dificuldade para se manter em pé. O alerta, inclusive, veio de sua professora. Ela contou para a mãe de Victor, Vanessa Carvalho, que ele caia no parque, na educação física, ao ir no refeitório, etc.

Vanessa explica que o caso ficou mais grave quando, em um dia, estava levando o filho à escola e ele caiu na rua. “Foi o início de uma luta e correria para encontrar médicos”, diz.

Ela afirma que, em outras consultas, sempre foi avisada que se tratava de inflamação. Depois dos remédios não terem efeito, a criança ficou internada por duas semanas no Hospital Infantil de Joinville, onde, após fazer exames do pé à cabeça, se confirmou o que a mãe mais temia: era um tumor.

A partir dali, deslocamentos e o medo fizeram parte do cotidiano da família. “Quando recebi o diagnóstico abriu uma cratera no meu chão e eu não sabia o que fazer”, ressalta a mãe.

O tratamento precisou ser realizado em diferentes cidades. Quimioterapia em Joinville, radioterapia em Jaraguá do Sul, transplante de medula e cirurgia em Curitiba.

Depois, na fase da imunoterapia, conquistada na Justiça, já que o tratamento veio dos Estados Unidos, foi realizado no hospital Dona Helena, também em Joinville.

Momentos difíceis

Para Vanessa, ao saber da doença, a primeira sensação é de perda. Entretanto, a falta de esperança nunca preencheu seu corpo. “Eu nunca quis saber quantos por cento de chances ele tinha. Sabia que ele iria se curar. Isso me bastava”, destaca.

Além da preocupação com Victor, Vanessa precisou lidar com dores e perdas profundas. Durante os três anos de tratamento do filho, no primeiro, perdeu seu pai. No segundo, foi seu irmão que faleceu.

Ela conta que, neste processo, ficou sem dormir e sem comer, porém, é preciso manter a fé. “Se pensarmos só pior, morremos antes”, assegura.

Apesar dos momentos tristes, é possível, segundo ela, tirar diferentes pontos positivos. “Depois da doença do Victor e das perdas, minha família está mais unida”, acrescenta.

Alívio

Após Victor vencer a doença, o sentimento de Vanessa é de alívio. Para ela, a sensação é que começou a viver a partir desta notícia.

“Comecei o ano na última quinta-feira, 24, quando ele retirou o cateter”, comenta emocionada.

A mãe conta que não quer mais olhar para trás e ter medo, mas começar uma nova vida.

Sua expectativa é de que seus três filhos fiquem bem, com sorriso no rosto. “Que brinquem, briguem, façam tudo que uma criança tem o direito de fazer”, diz.

Para o futuro, ele deseja que o câncer fique longe da família de todas as pessoas e deixa um recado. “Que os pais lutem e sejam felizes com seus filhos. Precisamos passar coisas boas para eles”, finaliza.

Doença rara

O oncologista do Hospital Dona Helena, Gilberto Pasqualotto, por quem Victor foi assistido, afirma que só pelo fato de lidar com uma doença rara, o diagnóstico já se torna um desafio.

Além disso, ele ressalta que a neuroblastoma é muito agressiva, sendo assim, o próprio tratamento oferece muitos riscos ao paciente e, pior, sem a certeza de o sucesso.

Os efeitos colaterais do tratamento podem causar náuseas, vômitos, internações por febre, e dor. Os procedimentos que Victor precisou passar, para o médico, também foram desafiadores.

Após a recuperação, a criança ainda precisará seguir com consultas periódicas e exames de imagem para ter certeza que a doença nunca irá voltar.

Para Pasqualotto, todo o processo, independente do sucesso final, foi muito gratificante. “Lidamos com uma doença devastadora, porém, aprendemos que uma guerra que se luta com amor e com o apoio incondicional da família é uma guerra mais justa”, analisa.

O suporte emocional e familiar oferecido a Victor foi um diferencial. “É a grande mensagem de esperança e, seguramente, de vida”, finaliza.


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