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Comer fora de casa: tarefa difícil nas férias

Maioria dos restaurantes e lanchonetes fecha as portas em Brusque e os raros concorrentes abertos lucram

Se durante o ano os brusquenses já reclamam da falta de locais para comer nos fins de semana, no período das festas de fim de ano o quadro se agrava ainda mais. Assim como algumas lojas do comércio, a maior parte dos restaurantes e lanchonetes fecha as portas entre os dias 23 de dezembro e cinco de janeiro.

Para transpor o problema, a população precisa invocar a criatividade e correr atrás de opções em outras regiões. O casal Bertolini geralmente almoça em casa nessa época do ano devido a falta de opções na região central. Para os jantares, por outro lado, eles se deslocam até Blumenau em algumas oportunidades.

“Nos únicos locais de Brusque que abrem geralmente só têm pizza, cachorro-quente e churrasco. Não há outras opções, por isso temos de ir para outros lugares. Lá em Blumenau há vários barzinhos com diferentes tipos de comidas. Podemos escolher e, inclusive, tem música ao vivo. Uma pena que aqui seja diferente”, afirma Eduardo Bertolini.

Assim como o casal, os taxistas do ponto da praça Barão de Schneeburg, Jackson Gonçalves e Charles Vieira, também lamentam a falta de opções para almoços, lanches e jantas. Charles, que almoça no Centro quase todos os dias, percebe as dificuldades que a população enfrenta para, principalmente, conseguir almoçar nesta época do ano.

“Almoço, lanche, janta, tudo é difícil. Até para darmos informações para as pessoas que não são dá cidade é difícil. Eles perguntam o que tem aberto e nós não sabemos informar. Até as barraquinhas de cachorro-quente acabam entrando em férias. Geralmente há várias abertas, mas nessa época despenca para três ou quatro no máximo. Todo mundo quer férias”, brinca o taxista.

Ao mesmo tempo em que os brusquenses e os turistas penam para encontrar opções, os restaurantes e as lanchonetes que permanecem abertos se beneficiam com as férias dos concorrentes. O gerente do café Flor de Lotus, Marcelo Romualdo da Cruz, fechou o estabelecimento apenas nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro e, com isto, confirmou o lucro a mais.

“É o único lugar com as nossas opções de lanches que abriu. Esse é o nosso diferencial, por isso atraímos novos clientes. Vale muito a pena abrir nessa época por causa disso, vendemos mais e conquistamos o público”, diz.

A opinião de Cruz é semelhante à do proprietário do restaurante e lancheria Pigalle, João Cesar Sgrott. Ele manteve o local aberto durante o período das festas de fim de ano para girar o faturamento e atender a “clientela fiel”. Mesmo com poucas opções, Sgrott diz que há 10 anos o quadro era ainda pior: todo o comércio fechava e, automaticamente, todos os restaurantes e lanchonetes.

“Com a chegada das redes de lojas maiores que ficam abertas no fim de semana e nesse período, as lojas menores também tiveram de se adequar. Ainda existem as que fecham, mas não são tantas quanto antigamente. As coisas evoluíram bastante”, afirma.

O proprietário do restaurante e lancheria Pigalle, João Cesar Sgrott, manteve o estabelecimento aberto no fim do ano; o local atrai clientes dos concorrentes que estão de férias