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Comércio aposta em promoções para driblar crise

Lojistas de Brusque sentem reflexo da insegurança econômica nas vendas

A retração da economia do Brasil reflete diretamente nas vendas do comércio de Brusque. Neste período em que a maioria dos consumidores procuram não gastar, as lojas conseguem se manter com a realização de promoções.

Durante a primeira quinzena de junho a Cativa Outlet conseguiu desestocar peças de roupa do verão. Blusinhas, shorts e regatas estavam sendo vendidas por preço promocional. A gerente Juliane Sara Pech diz que teve uma boa saída e aumentou em cerca de 70% as vendas.

Já neste mês, os descontos da coleção outono/inverno são progressivos. Na compra de uma peça o desconto é de 20%, duas 30% e acima de três peças, 40%. Segundo ela, a baixa procura se dá devido à situação econômica do país. “O pessoal está preferindo guardar o dinheiro já que pode precisar depois”, frisa, contando que nos dias 10 a 25 do mês as vendas são boas, já fora deste período a procura é insignificante.

A gerente da Virou Vício, Sandra Amaral, brinca que “para salvar só Jesus e a liquidação”. A loja está desde o dia 2 de julho com 51% de desconto à vista e 46% no cartão de crédito para peças de inverno. A baixa procura nos produtos da loja fez com que precisasse antecipar as promoções. “Geralmente todo o ano nós fizemos, mas em 2015 tivemos que fazer antes para conseguir vender”, explica.

Na Triton, há três semanas tem descontos de até 50% em roupas da coleção outono/inverno. Segundo as vendedoras e caixas, Micaela Bertolini e Dejaine Belelr, o cenário econômico pesa na hora do consumidor comprar. “Tudo mundo quer economizar e guardar dinheiro, já que ninguém sabe o que vai acontecer”, diz Dejaine. No entanto, ela frisa que com a promoção as pessoas acabam comprando. “Apesar da crise é preciso se vestir”, ressalta.

A supervisora de vendas, Luciana Shaefer, garante que somente compra o necessário e que está recuando neste período. “Precisamos ver o que vai acontecer”. A atendente de padaria, Lediane de Jesus, também diz que a crise reflete na sua decisão de comprar. “Precisar, precisamos. Mas tem que economizar. Só compro alguma coisa se estiver em liquidação”, frisa.

Tendência é segurar o dinheiro

O gestor executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, Carlos Eduardo Vieira, afirma que a instabilidade econômica do Brasil gera insegurança nos consumidores. “Ninguém sabe o que vai acontecer, então a tendência é quitar as dívidas e segurar o dinheiro”, explica.

Ele diz que o salário do consumidor não acompanha a alta dos preços dos vários setores, como a energia elétrica e o valor dos produtos nos supermercados. “É a maior alta inflacionária dos últimos 19 anos. As lojas estão com o estoque cheio de roupas e não conseguem desafogar”, diz, relatando que a instabilidade do tempo também prejudica as vendas.